O Brasil decidirá seu destino na Copa do Mundo em um estádio com arquitetura inspirada em um pequeno asteroide. Instalado em meio a um parque no norte de Samara, a Arena Cosmos, como é chamada pelos russos, foi a última a ser entregue para o Mundial. Sua inauguração ocorreu apenas a 47 dias da abertura da competição.
Como todos os estádios aqui na Rússia, a arena impressiona pela grandiosidade e também pela suntuosidade. Os custos ultrapassaram R$ 1 bilhão. A grama foi cultivada na Alemanha e veio em rolos, sendo instalada 15 dias antes da inauguração.
A arquitetura remete à principal atividade da cidade, sede da indústria aeroespacial russa. Foi aqui, por exemplo, que foi construído a nave espacial que levou Yuri Gagarin à lua. Inclusive, ele foi morador da cidade na época da corrida espacial, nos anos 1960.
Percebe-se, no entorno do estádio, o quanto tudo foi feito às pressas para a Copa. Os jardins ainda não receberam grama e, hoje, são grandes canteiros de terra. Algumas avenidas duplicadas estão com brita em vez de asfalto no acostamento. Os locais inacabados ganharam tapumes, para esconder o atraso na obra.
Com capacidade para 45 mil pessoas, a Arena Samara será a casa do Krylia Sovetov, que acaba de voltar da segunda divisão russa. O desafio do clube é fazer com que seus torcedores evitem de o estádio virar um elefante branco. Na temporada 2017/2018, o Krylia levou, em média, 7 mil pessoas ao estádio. O inverno rigoroso e o verão escaldante fazem o futebol ser secundário. Aliás, o grande esporte aqui na Rússia, pelo menos até a Copa, é o hóckey sobre o gelo.