Há uma disputa voraz nos bastidores do Inter que faz o ano de 2016 manter-se ativo em constante erupção. As interrogações sobre as contas de 2016 da gestão Vitorio Piffero, que foram parar no Ministério Público Estadual, inflamam o ambiente político do clube. O último capítulo nesta quarta-feira teve Piffero protocolando no Conselho Deliberativo uma notificação extrajudicial ao presidente do órgão, Sérgio Juchem, e ao conselheiro Ubaldo Aquino, que comanda os trabalhos na comissão especial criada para analisar as anormalidades nas contas.
Essa comissão, vale lembrar, foi criada há dois meses pelo Conselho e trabalhará na investigação das irregularidades já apontadas em relatório anterior de uma outra comissão, que acabou entregue ao Ministério Público Estadual.
Piffero, na notificação, alega estar com sua imagem "sendo vilipendiada na mídia, relacionada à figura de ex-dirigente e aos insucessos no campo em 2016". O nascedouro disso, segue o ex-presidente, estaria nas providências tomadas pelo Conselho e vazadas à imprensa, como a criação de comissão para analisar as contas e o pedido de investigação feito MP. Ele reclama que, em nenhum momento, foi lhe dado o direito de defesa e acusa os dois conselheiros de abuso de poder.
No final da notificação, Piffero ameaça ingressar com ações judiciais contra Juchem e Aquino, caso mantenham esses procedimentos. O documento é mais um capítulo dos desdobramentos da temporada passada, a pior da história do clube e que parece não ter fim. As medidas a serem adotadas em relação às irregularidades efervescem o Conselho do Inter e mostram uma divisão clara. Movimentos novos e representados por uma nova geração de conselheiros cobram posição firme, enquanto caciques com longa história no clube procuram uma solução mais diplomática na apuração das denúncias de irregularidade cometidas na última gestão.
A coluna procurou Piffero e Juchem, que atenderam ao telefone. Aquino estava em uma reunião e alegou não poder falar no momento.