Conversei com Ubaldo Flores, presidente da Comissão Especial criada pelo Conselho Deliberativo do Inter que analisará irregularidades do segundo ano da gestão Vitorio Piffero. Essas irregularidades foram apontadas em relatório do Conselho Fiscal, em diagnóstico feito pela consultoria Ernst & Young a pedido da atual gestão e resumidas em 12 apontamentos em relatório produzido por uma Comissão Especial anterior a essa. Ubaldo, procurador de Justiça Criminal, estava a caminho de mais uma reunião desse grupo de trabalho criado pelo Conselho. As análises ainda estão em fase incipiente e não terão qualquer conclusão neste ano.
Ou seja, qualquer resolução ou apontamento sobre as derrapadas da última gestão só sairá em 2018. A comissão aprofundará as investigações, mas ainda não decidiu se usufruirá do poder de avançar e sugerir ao Conselho Deliberativo uma punição aos envolvidos. Essa autonomia está prevista no artigo 32 do novo regulamento do clube, aprovado seguindo as exigências do Profut.
Pelo que percebi na rápida conversa com Ubaldo, a Comissão apenas encaminhará suas conclusões. A tendência é de que as irregularidades que ferem o estatuto do clube sejam repassadas ao Conselho de Ética. "Não posso invadir a competência do Conselho de Ética", alegou Ubaldo. O que for penal, ficará a cargo do Ministério Público, que já investiga a denúncia apresentada pelo Conselho Deliberativo. Essa investigação do MP também não deve ter qualquer conclusão neste ano.
Assim, a temporada 2016 do Inter entrará em 2018. Quando, finalmente, espera-se que o pior ano dos 109 de vida do Inter seja concluído e passado a limpo.