A imagem do Airbus A320 da Azul tocando a pista do Salgado Filho às 8h06min desta segunda (21) entra para a lista das cenas marcantes da nossa história pós-enchente. Pela janela do voo 2603, a bandeira do Rio Grande do Sul tremulava sob aplausos dos passageiros. É uma mistura de alívio e alegria, um símbolo de reconstrução que ainda está em andamento.
Felizmente, o impacto financeiro foi menor do que o previsto. Inicialmente, a Fraport estimava um custo de R$ 925,1 milhões para as reformas, mas, após nova avaliação, a União repassará R$ 425,9 milhões. Uma diferença que alivia os cofres públicos.
No setor de turismo, há um sentimento de euforia que se espalha dos pequenos restaurantes aos grandes parques e hotéis. Após quase seis meses de aeroporto fechado, o desafio agora é mostrar ao restante do país que a capital gaúcha está novamente de portas abertas para receber voos.
— Estamos investindo R$ 30 milhões em mídia televisiva, jornais impressos e aeroportos do Brasil inteiro para deixar claro que o Rio Grande do Sul está com parques, estradas, pousadas, restaurantes abertos, de braços abertos e, agora, também, com o aeroporto reaberto — declarou o governador Eduardo Leite.
É impossível não se emocionar com o sentimento de renascimento que toma conta do estado. Os primeiros turistas foram recebidos com festa, saudados por representantes de diversas regiões e apresentados a pedras preciosas de Ametista do Sul, espumantes do Vale dos Vinhedos e à alegria dos personagens dos parques da Serra. Até a estátua do Laçador, encarnada por um artista, estava no saguão.
Conversei com o secretário de Turismo do Rio Grande do Sul, Ronaldo Santini, que brincou sobre as celebrações na chegada dos passageiros:
— Foi um verdadeiro tendel!
Santini reiterou a importância de que o restante do país entenda que o estado está de braços abertos após prejuízo bilionário para o setor.
— O foco é recuperar a confiança como um destino seguro, mostrar que as pessoas podem programar suas férias sem os riscos que ficaram muito marcados. — disse Santini.
Ainda há muito a ser feito para a reconstrução plena, mas festejar cada passo é fundamental. E o passo dado neste 21 de outubro foi gigantesco. Alô, Brasil, estamos de volta!