Se tem uma vantagem no mundo digital, é a economia de papel. Nos tempos da faculdade, juntei uma montanha de folhas de xerox. A sensação era que as máquinas do serviço de fotocópia nunca paravam. Em muitas vezes, precisava agendar outro dia para buscar os pedidos dos polígrafos deixados pelos professores.
As aulas mudaram e as cópias em papel são dispensáveis, provocando queda no movimento de serviços de fotocópia. Nesta semana, GZH mostrou que, depois de 23 anos, fechou o xerox do curso de Jornalismo da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação (Fabico) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
A função de xerocador foi o primeiro emprego de muita gente. Um trabalho repetitivo, com desafio de evitar o desperdício. Pelas ruas de Porto Alegre, ainda vemos em algumas vitrines a placa avisando sobre o serviço de xerox. Certamente, não é mais o negócio principal destas empresas. Mesmo em um país preso à burocracia, a necessidade de fotocópias está cada vez menor. As impressoras domésticas também têm esta funcionalidade, quebrando o galho e dispensando os serviços especializados.
A história do xerox no Brasil começou na década de 1960, inicialmente em escritórios de empresas e órgãos públicos. Com sede no Rio de Janeiro, em 1966, foi instalada a Xerox do Brasil - Reproduções Gráficas S/A. Ela chegou com a missão distribuir equipamentos fabricados pela Xerox Corporation, em Rochester, nos Estados Unidos.
Em 1966, as máquinas foram atração da Feira de Utensílios e Serviços de Escritório, no Rio de Janeiro. Pela propaganda da época, mais de 200 mil aparelhos já estavam em uso no mundo. A empresa apresentava assim a tecnologia: "faz em poucos segundos reproduções secas, perfeitas, de documentos, páginas encadernadas, desenhos ou microfilmes - sem negativos, sem matrizes, sem desperdício - e em papel comum".
A Xerox oferecia aluguel da máquina, com pagamento proporcional ao número de cópias. Em pouco tempo, abriu filiais em outros estados. Em 1968, começou o atendimento em Porto Alegre. A Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS) foi um dos primeiros clientes.
A tecnologia foi desenvolvida pelo físico Chester Carlson, que produziu a primeira imagem em 1938, inicialmente chamada eletrofotografia. Depois de firmar acordo para desenvolvimento comercial, a empresa The Haloid Photographic Company produziu em 1949 a primeira máquina com a invenção, a XeroX Copier. O negócio deslanchou com a Xerox 914, em 1959, automatizada e mais econômica.
A Haloid queria um nome para o novo sistema e a solução foi dada por professor da Ohio State University, que criou o termo xerografia, baseado em duas palavras gregas que significam "escrita seca". Em 1958, a Haloid mudou o nome para Haloid Xerox, transformada em Xerox Corporation três anos mais tarde.
A xerografia deu origem ao nome da máquina Xerox e da empresa Xerox. As folhas das cópias passaram as ser conhecidas popularmente como xerox. A marca virou assim sinônimo para fotocópias.
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