Um dos parques mais queridos dos porto-alegrenses chega aos 50 anos. O Parcão, como é popularmente conhecido, ocupa a área do antigo Hipódromo do Moinhos de Vento (anteriormente, Prado Independência). Imprensa, vereadores e população participaram de mobilização para transformar em jardim público o terreno do Jockey Club do Rio Grande do Sul, que inaugurara o Hipódromo do Cristal em 1959. Com a construção do Estádio Olímpico pelo Grêmio, a região também já não tinha mais o Estádio da Baixada.
Depois de estudos, em 10 setembro de 1962, uma lei municipal declarou de utilidade pública a área. As obras do novo parque começaram apenas em 18 de agosto de 1971. O prefeito Telmo Thompson Flores, que poucos dias antes abrira o Túnel da Conceição, inaugurou o Parque Moinhos de Vento em 11 de novembro de 1972. Pelo decreto municipal 3.703, o Parcão foi criado em 9 de novembro de 1972, data usada pela prefeitura para comemoração do aniversário.
O Parcão tem 115 mil metros quadrados de muito verde, com espaços de lazer e esporte. Como podemos ver nas fotos acima, não era assim em 1972. Na inauguração, o terreno ainda tinha pouca vegetação. As árvores foram plantadas e cresceram nestas cinco décadas.
Em Zero Hora, a reportagem sobre a abertura do parque detalhou os primeiros atrativos: "duas quadras de futebol de salão, um campo de futebol, vestiários, arquibancadas e playground completo, incluindo escorregadores, balanços, gangorras, gaiolas, barras horizontais e vai-vem". Desde o início, toda a área recebeu iluminação. Símbolo do Parcão, a réplica de moinho açoriano veio mais tarde, projetada apenas em 1982 para ser sede da administração.
Integrado ao parque, o prefeito Thompson Flores inaugurou junto o prédio do Grupo Escolar Uruguai (atual Escola Estadual de Ensino Fundamental Uruguai), com capacidade para atender 560 alunos. Além do colégio e do jardim público, a cidade ganhou há 50 anos uma via importante para o trânsito. O novo trecho da Segunda Perimetral, a Avenida Goethe, cortou o Parque Moinhos de Vento, ligando as ruas 24 de Outubro e Mostardeiro, que passaram a ter sentido único.
O Parcão fez parte de um plano de recuperação de espaços verdes da cidade, que teve continuidade em gestões seguintes.
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