Por 50 anos, o Rio dos Sinos foi a principal ligação entre Porto Alegre e a colônia alemã de São Leopoldo. As mercadorias e passageiros iam e vinham em diversos tipos de embarcação. O cenário mudou após a construção da ferrovia, inaugurada em 1874. Mais tarde, o desenvolvimento do transporte rodoviário acabaria com a rota fluvial.
A família de Blauth controlava a navegação de São Leopoldo a Porto Alegre, com viagens nos vapores. Quando o nível do rio permitia, a viagem poderia ir até o Mundo Novo, atual município de Taquara. O pioneiro foi Jacob Blauth, que se estabeleceu na margem rio no século 19. Em filme da produtora Leopoldis-Som para o governo estadual em 1934, um dos barcos da empresa aparece navegando no Rio dos Sinos. O vídeo faz parte do acervo da Fundação Ernesto Frederico Scheffel, de Novo Hamburgo.
Quanto tempo duravam as viagens pelo rio? O médico e explorador alemão Robert Avé-Lallemant dá uma ideia no relato publicado no livro Viagem pelo Sul do Brasil no ano de 1858. Ele contou que o "vaporzinho" fazia a rota duas a três vezes por semana. Avé-Lallemant saiu de Porto Alegre em um sábado, às 9h. O Rio dos Sinos foi descrito como "calmo". Nas margens, predominava a vegetação, com alguns pontos de abertura da mata e construção de "casinhas sobre estacas". As curvas do rio até São Leopoldo foram vencidas em sete horas. Como relatou bancos de areia, podemos supor que o nível da água estava baixo.
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