O ex-ministro do STF e crítico dos movimentos de Alexandre de Moraes nas últimas operações que atingiram Jair Bolsonaro, Marco Aurélio Mello, estará em Porto Alegre como uma das estrelas da 37ª edição do Fórum da Liberdade. Ele estará no painel de encerramento do evento, que discutirá o papel das instituições e os limites do poder do Estado.
O Fórum será realizado nos dias 4 e 5 de abril na Pontifícia Universidade Católica do RS (PUCRS), na Capital. Neste ano, o tema traz um questionamento: "Admirável Mundo Livre?". A inspiração é o clássico Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley.
Conhecido por seus posicionamentos em favor da liberdade de expressão e da liberdade de imprensa, Marco Aurélio Mello ocupou uma cadeira no STF por 31 anos. Portanto, conhece a Corte como poucos. Foi ele, por exemplo, quem classificou como "mordaça" a decisão da Suprema Corte (Alexandre de Moraes) pela a retirada do ar de reportagens publicadas pela revista Crusoé e pelo site O Antagonista, que fazia referência a uma citação ao nome do ministro Dias Toffoli, em delação da Odebrecht.
É também dele o título de mais longevo integrante da história do Supremo.
Recentemente, o ex-ministro fez críticas à Operação Tempus Veritatis, autorizada pelo STF, que mirava o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, a decisão do ex-colega Alexandre de Moraes foi "extremada".
"Uma busca e apreensão na casa de um cidadão enxovalha o perfil dele. Vamos apurar sem açodamento", afirmou o ex-ministro em entrevista à Veja em fevereiro. À Rádio Bandeirantes, Mello classificou a operação como uma "extravagância".
"O que nós tivemos foi uma extravagância. Eu não posso presumir o excepcional, que tudo estaria voltado a um golpe de Estado. Não há espaço no Brasil mais para golpe em si. Nós vivemos em uma democracia, que vai passo a passo sendo robustecida’, disse.