Em meio às discussões sobre a construção de uma candidatura única da chamada "terceira via", o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) sinalizou nesta quinta-feira (14) que não pretende ser candidato a vice-presidente, mas sim liderar o projeto rumo ao Palácio do Planalto.
Ele concedeu entrevista à Rádio CBN, de São Paulo. Aos jornalistas Milton Jung e Cássia Godoy, o tucano disse não gostar do termo "terceira via" porque não compactua com a ideia de que os dois primeiros colocados nas pesquisas — Lula e Bolsonaro — possam ser um bom caminho (ou uma via) para o Brasil. Na prática, partidos como PSDB, União Brasil, MDB e Cidadania vem discutindo a apresentação de um nome que possa furar essa polarização.
Leite foi provocado sobre a disposição de Luciano Bivar, do União Brasil, de ser candidato à Presidência da República e também sobre a possibilidade de ele (Leite) ocupar a vaga de vice, numa eventual chapa com a senadora Simone Tebet (MDB).
Respondeu com elogios a Simone e citou a conversa que ambos tiveram, mas sinalizou que sua intenção é estar à frente da candidatura ao Planalto — lembrando que ainda há um "obstáculo" interno no PSDB, já que o vencedor das prévias foi João Doria.
— Eu não estou procurando ser vice em chapa alguma. Eu estou procurando dar a minha contribuição. Muitas pessoas entendem que eu posso liderar o projeto. Se for esse o caso, eu me sinto pronto — disse Leite.
À frente da entrevista, Milton Jung insistiu dizendo que Leite "fez questão de repetir essa frase" várias vezes durante a entrevista, o que demonstrava uma sinalização clara de que ele pretende ser candidato à Presidência, e não à vice em uma chapa com outro nome.
— Naturalmente, eu me coloco nessa discussão provocado por muitas pessoas que entendem que eu tenho condições de liderar (a chapa). E pessoalmente eu me sinto em condições de liderar. Eu governei um Estado como o Rio Grande do Sul, que estava quebrado, que não conseguia nem pagar as contas do mês, não pagava os salários dos funcionários, atrasava o pagamento de hospitais. Era dividido politicamente, muito enfrentamento, havia briga política. A gente conseguiu pacificar, colocar as energias dos gaúchos para enfrentar os problemas e não para enfrentar uns aos outros. E mais: conseguimos resolver os problemas. O Estado tem as contas em dia, faz investimentos históricos. Acho que isso nos credencia para apresentar, de fato, esse caminho para o Brasil — explicou.