O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, está preocupado quanto ao novo valor da tarifa de ônibus na Capital. O alerta foi feito em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, nesta quinta-feira (13).
Nas palavras do prefeito, vem aí o "estouro da boiada". Ele se referia ao início do mês de fevereiro, que é quando as cláusulas do dissídio dos rodoviários devem entrar em vigor (data-base dos rodoviários).
Melo lembrou que esse novo preço da passagem considerará, por exemplo, o aumento no salário dos rodoviários (10%) e também o aumento no preço do diesel.
— Tem aumento de passagem marcado para o dia 1º de fevereiro. Vocês vão ver o estouro da boiada, o valor que os empresários vão pedir. Eles concederam 10% aos trabalhadores, de uma única vez. Isso vai incluir na passagem. Tem o diesel que subiu enormemente. Então, você imagina o que vai acontecer — alertou.
Nos últimos dias, as empresas de ônibus de Porto Alegre e os empregados do setor rodoviário chegaram a um acordo e assinaram a convenção coletiva de trabalho prevendo um reajuste salarial de 10% para a categoria, o que significa a reposição da inflação do último ano pelo INPC.
As cláusulas do dissídio devem entrar em vigor no dia 1º de fevereiro de 2022, data-base dos rodoviários, mas a confirmação do reajuste salarial ainda depende de a EPTC fazer o cálculo da futura tarifa de ônibus.
Conforme informou a reportagem de GZH, a composição do preço da passagem, anualmente, costuma acrescentar ao bilhete pago pelo usuário um valor capaz de cobrir os gastos adicionais com empregados e insumos para o funcionamento do sistema. A Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP), que congrega as mesmas empresas do Seopa, enviou à EPTC no dia 5 de janeiro a planilha de gastos para o cálculo, incluindo desde o aumento da folha salarial - principal custo do sistema - até itens como diesel e demais insumos. Baseado na análise desses números, conjugados com a demanda de passageiros e quilometragens a serem percorridas, é que a EPTC define um novo valor do bilhete - chamada tarifa técnica - e remete para apreciação do Conselho Municipal de Transportes Urbanos (Comtu).