De olho na eleição de 2022, o presidente Jair Bolsonaro tem, diante de si, um importante movimento a ser feito caso queira ser reconduzido ao Palácio do Planalto para mais quatro anos. Passa por seu comportamento e pela postura — em especial neste Sete de Setembro — diante de uma instituição com a qual ele tem produzido duros embates há algum tempo: o Supremo Tribunal Federal.
É que está nas mãos do STF a possibilidade de construção de um acordo que permita ao governo parcelar o pagamento de precatórios, já que a corda está no pescoço do governo.
Conforme revelou o jornal Folha de São Paulo, a fatura para o ano que vem chegou a R$ 89,1 bilhões. O crescimento é de 61% em relação a 2021.
Mas o que isso tem a ver com reeleição?
É que um dos programas em que o governo mais aposta — o Bolsa Família turbinado — só poderia ser "acomodado" no Orçamento em caso de solução mágica para o rombo dos precatórios.
Os ministros do STF estariam dispostos a auxiliar o governo na busca por essa saída, porém dispararam sinais de que não o farão caso o presidente resolva radicalizar ainda mais o discurso nas manifestações do Sete de Setembro (e também depois dos atos).
Neste sentido, os atos previstos para esta terça-feira serão ponto importantíssimo para definir se a Suprema Corte auxiliará o governo a encontrar essa saída, reduzindo assim o rombo dos precatórios. Caso Bolsonaro radicalize (mais uma vez) contra o STF, as coisas se tornarão extremamente difíceis.
Por conta desse detalhe no horizonte, o ministro da Economia, Paulo Guedes, passou a perambular pelos corredores do STF na tentativa de costurar um acordo que permita a execução do novo Bolsa Família, rebatizado por Bolsonaro de Auxílio Brasil.
E, como se sabe, o ato não é em vão. Bolsonaro vê neste programa uma das potenciais vitrines para se manter no Palácio do Planalto até o final de 2026.
Falta combinar com os manifestantes.