Ela foi a primeira mulher a chegar ao posto de Chefe do Estado-Maior da Brigada Militar e abriu caminhos para que outras também pudessem sonhar. Nesta segunda-feira (8), a coronel Cristine Rasbold se despediu da ativa após 35 anos de serviços prestados à segurança pública e recebeu homenagens da instituição.
O legado, contudo, permanece presente a partir da consolidação da presença feminina nas instituições que compõem a área da segurança pública no Rio Grande do Sul.
"Merece todo nosso aplauso!", escreveu a delegada Nadine Anflor, que também fez história ao se tornar a primeira mulher Chefe de Polícia do Estado do Rio Grande do Sul.
Em sua página oficial, a Brigada Militar informou sobre a despedida e fez questão de destacar o legado deixado por Cristine, por ter se tornado a primeira mulher a alcançar uma função no alto escalão da instituição. Se hoje, a presença de mulheres é discutida e reivindicada na sociedade (e destacada pela coluna), imagine o tamanho do desafio enfrentado por ela, que deu início à carreira na polícia militar em 1986.
"Eu conheci a Cristine lá em 1987, e a nossa turma foi a primeira, de alguma forma, a acompanhar o trabalho feminino e o ingresso das mulheres na Brigada Militar, e todos os desafios que elas tiveram, e foram muitos, em uma época em que se a mulher sorrisse para um brigadiano é porque ela estava com segundas intenções, a mulher não podia ser simpática", afirmou o Comandante-Geral da Brigada Militar, Coronel Rodrigo Mohr Picon, em declaração à instituição.
Em seu discurso, na cerimônia de despedida, a coronel Cristine também fez questão de lembrar sobre o pioneirismo. Emocionada, lembrou que faz parte de uma "geração de mulheres que abriu o caminho profissional para a mulher na Brigada Militar e que agora chega ao seu desfecho".
Parabéns, coronel Cristine Rasbold. E parabéns à Brigada Militar por acolher uma caminhada tão importante. A coluna deseja que sua trajetória inspire mulheres que sonham em chegar cada vez mais alto.
A chegada de Cristine foi destaque na imprensa
Em 13 de abril de 1986, ZH estampava em sua foto de capa uma dezena de policiais militares em marcha e a manchete: “As brigadianas estão chegando”. Cristine era uma daquelas 10 mulheres pioneiras a ingressarem na Brigada Militar (BM).
Como a coluna destacou, ela foi também a primeira a chegar ao alto escalão da corporação. Aos 56 anos, tomou posse em 2019 como chefe do Estado-Maior, setor responsável por todo o planejamento estratégico da BM.