Veio de Brasília a notícia ser celebrada nesta terça-feira (20) quanto às ações de enfrentamento ao coronavírus pelo governo federal. Em reunião com governadores, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, comunicou o investimento para compra de 46 milhões de doses da Coronavac, vacina desenvolvida no Brasil pelo Instituto Butantan em parceria com a chinesa Sinovac. O custo está na casa de bilhões.
Houve quem apostasse nas rusgas entre Bolsonaro e Doria, governador de São Paulo, para dizer que a vacina desenvolvida pelo instituto ligado ao governo daquele Estado não seria aproveitada pela União. Engano. Pra além das diferenças políticas - e 2022 explica muito sobre essa disputa -, o governo federal decidiu investir também neste imunizante, assim como já havia feito em relação à vacina de Oxford, por exemplo.
Se há segurança sobre a eficácia das vacinas? Óbvio que ainda não. Mas movimentos prévios de organização e gestão deveriam ser imperativos da gestão pública, a fim de permitir melhores condições de vida aos cidadãos. Neste sentido, acerta o Ministério da Saúde ao se adiantar para a compra de imunizante, sem esperar que a demanda torne impossível fazê-lo. E mais: acerta também ao anunciar que a vacina deverá chegar a todos os brasileiros de todos os Estados.
Tal como a logística complexa de uma eleição, que está exigindo organização prévia e extremante cuidadosa por parte do TSE, a vacinação precisa ser prioridade do governo, com foco no bem estar de milhões de brasileiros. Neste sentido, o ministro Eduardo Pazuello tem se saído muito bem, dialogando com gestores de Estados e municípios, ainda que com mais discrição e menos simpatia pelos microfones - diferente do antecessor.
O que esperamos, todos, é que haja responsabilidade por parte de quem foi eleito para chefiar uma nação que viu desigualdades acentuadas pela pandemia. Menos soluções mágicas “ou medicamentos milagrosos”. Mais planejamento e execução. Menos propaganda de caixinha de remédio e mais gestão dos recursos para a saúde. Os brasileiros agradecem.