Não bastasse a vergonha de ter sido flagrado pela Polícia Federal com dinheiro entre as nádegas, o senador Chico Rodrigues (DEM) agora quer debochar, de forma suja e sem um pingo de vergonha, da cara dos brasileiros. Na tentativa de manter seu mandato e evitar que seja afastado pelos demais senadores (o afastamento determinado pelo STF precisa ser analisado pelo Legislativo), o parlamentar encaminhou mensagem aos colegas em que alega ter sido pego de surpresa pela PF (jura?) e, assustado, tentou proteger o valor do pagamento de seus funcionários nas partes íntimas.
Conforme revelou o jornalista Valdo Cruz, da Globonews, Chico disse que "nunca tinha sido acordado pela polícia" e que, "num ato de impulso, protegi o dinheiro do pagamento das pessoas que trabalham comigo".
Vejamos, pois, a versão apresentada. Se o dinheiro era de origem legal, por que raios o senador decidiu escondê-lo? Os funcionários do senador não possuem conta no banco? Todos recebem em espécie? Aliás, qual o valor pago aos funcionários já que a roupa íntima de Chico continha nada menos do que R$ 33 mil? Ou ainda, quantos trabalhadores se encontram naquela casa, em meio à pandemia?
Ora, senador. Esconder dinheiro entre as nádegas é um vexame, mas essa justificativa consegue ser ainda mais estapafúrdia do que o episódio protagonizado pelo senhor. Se seus colegas admitirem um absurdo desse como aceitável terão que responder eles aos seus eleitores.
Ao afirmar que entupiu a cueca de notas de lobo-guará para "proteger funcionários", Chico Rodrigues debocha da inteligência de milhões de brasileiros, que a cada ano elegem representantes na tentativa de construir um país melhor. Entretanto, não é de se estranhar que um grande acordo lhe poupe da perda do mandato. Um grande acordo nacional. Com cueca, com tudo.