Em meio à polêmica instaurada a partir da permissão do governo do Estado para retomada das aulas presenciais, a coluna procurou o governador Eduardo Leite nesta terça-feira (8) para uma avaliação sobre o tema. Para o governador, a educação não deve ser tratada como questão "supérflua", mas sim como serviço essencial, ainda que em meio à pandemia de coronavírus.  Divulgado no último sábado (5), um decreto do governo do Rio Grande do Sul permite a retomada das aulas presenciais no Estado a partir desta terça-feira (8). 

 Leite se mostrou aberto à discussão e reiterou ter ciência de que o tema é complexo. Portanto, admite que a questão não gerará consenso entre as partes envolvidas. Conforme informou GZH, nove municípios do Estado devem voltar às atividades escolares autorizadas pelo Piratini. 

- Não tem consenso sobre isso. É difícil ter consenso de qualquer parte sobre a questão da educação. Mas o primeiro ponto é: não dá pra gente pensar que educação seja supérfluo e não essencial. Aliás tem muitos especialistas que dizem: 'se tiver que parar, para comércio, mas não pare a educação'. Educação é essencial para o desenvolvimento do futuro, do nosso Estado, da nossa região. Então não dá pra gente pensar que a gente vai parar a educação e que o ano que vem a gente vai encontrar as mesmas crianças e jovens - explicou.

O governador também chamou a atenção para o fato de as aulas presenciais estarem suspensas há seis meses no Estado - e essa paralisação das atividades causa prejuízo aos alunos. Também como defesa do decreto que permite a retomada das aulas, o governador voltou a citar (como já havia feito em entrevista à Rádio Gaúcha), a importância da continuidade dos processos para o desenvolvimento cognitivo de crianças e jovens.

-  Alguns estudos indicam que só o período de férias já significa, no retorno dessas crianças, por exemplo, perda de vocabulário. Então, a continuidade, o treinamento, isso é decisivo para o desenvolvimento da capacidade cognitiva - explicou.

Ouça a entrevista de Eduardo Leite, à Rádio Gaúcha, no dia 2 de setembro.