A jornalista Débora Cademartori colabora com a colunista Kelly Matos, titular deste espaço
Preocupado com a possível derrubada do veto presidencial a artigo que permite reajuste salarial de servidores, o governo acordou e arregaçou as mangas para tentar reverter possível prejuízo. O ministro da Secretaria de Governo, General Ramos, está mandando mensagens em massa pelo WhatsApp pedindo que deputados mantenham o veto do presidente Jair Bolsonaro.
“Envio essa mensagem, de ordem do Sr. Ministro General Ramos (SEGOV), para pedir o apoio de V. Exa na manutenção do veto 17 (item 2). O valor poupado com o congelamento de despesas para Estados e Municípios será de R$ 98 bilhões nos próximos 18 meses. Para a União, considerando 18 meses e o crescimento médio dos últimos 3 anos, o impacto é de R$ 31 bilhões.Portanto, caso o veto seja derrubado, o impacto total que recai sobre a União, estados e municípios é de R$ 129 bilhões”, diz a mensagem.
Integrantes do governo informaram, nos bastidores, que foram pegos de surpresa com o placar desfavorável, que derrubou o veto presidencial. Esta é a primeira importante missão do novo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), que agora recebe a ajuda do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para tentar reverter o prejuízo. Em coletiva de imprensa por volta do meio-dia, Maia afirmou que a manutenção do veto é uma manifestação de responsabilidade com o país, além de ser uma necessidade para preservar o equilíbrio fiscal. Para ele, o setor público também tem de dar a sua contribuição.
Quem já acompanhou a estratégia de Maia em outras votações, garante que ele só colocará o veto em discussão em plenário no momento em que tiver maioria para a manutenção dele.