Ao lado dos líderes do governo e aliados, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que vai trabalhar para manter o veto do presidente Jair Bolsonaro ao reajuste do salário de servidores públicos durante a pandemia do coronavírus. Apesar de dizer que discorda do resultado da votação do Senado, Maia disse que a fala do ministro Paulo Guedes contra a decisão dos senadores "atrapalha" o processo no Legislativo.
— Sabemos que o fluxo de recursos vai ser reduzido e isso terá um impacto ainda nos próximos meses, até o próximo ano, na economia e na vida das pessoas. Então, nós entendemos que esse veto é muito importante a sua manutenção para que a gente possa dar uma sinalização clara de que queremos atender Estados, municípios e sociedade, mas tudo dentro do equilíbrio fiscal — afirmou em entrevista coletiva a jornalistas.
Maia deixou claro que possui "divergências" com a votação do Senado que resultou na derrubada do veto, mas defendeu a Casa das críticas do ministro Paulo Guedes.
— Não é porque o Senado fez uma votação que eu, pessoalmente, tenho divergência com o resultado que nós devemos atacar o Senado. As votações são democráticas e o processo de votação, uma Casa vota e a outra é revisora.
Em seguida, Maia disse que "não ajuda" o ministro Paulo Guedes "atacar" a instituição.
— Isso (crítica), inclusive, atrapalha e pode contaminar o nosso processo de votação. Então, nosso respeito ao Senado Federal, à sua independência, à democracia e à liberdade do voto de cada um — acrescentou.
Em gesto simbólico, Maia falou com a imprensa ao lado dos líderes do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), e do Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO).
Também estavam próximos os parlamentares Efraim Filho (DEM-PB), Luis Miranda (DEM-DF), Marcelo Ramos (PL-AM), Arthur Lira (PP-AL), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Baleia Rossi (MDB-SP). A declaração ocorreu após reunião entre eles para tratar da votação.
Para o presidente da Câmara, o encontro com líderes serviu para mostrar a responsabilidade dos congressistas com o país.
— Todos esses partidos, desde o governo Michel Temer, têm trabalhado juntos e votado juntos esse caminho do equilíbrio fiscal e do respeito ao controle de gastos, começando com a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do Teto de Gastos.