O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso comentou na manhã desta quarta-feira (4) ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, a decisão de Regina Duarte de assumir a Secretaria Especial de Cultura no governo de Jair Bolsonaro. O tucano afirmou que a atriz "não conhece a selva na qual está entrando" e que a gestão da área cultural será, para ela, "uma aventura".
— Eu gosto da Regina, sou amigo dela, me apoiou em outras épocas. Agora, ela não conhece a selva na qual tá entrando, que é o governo, a vida política, bastante dura, precisa de um temperamento mais agressivo para poder sobreviver — avaliou.
FHC avalia que a escolha de Regina é mais benéfica para Bolsonaro que para ela própria.
— Para o presidente, a decisão foi boa, porque a Regina tem fama, é do meio artístico. Do ponto de vista dela, é arriscado — destacou. — Não sei o que vai acontecer com ela. Ela conhece pouco, a meu ver, de Brasília, da burocracia, do Congresso, do próprio Executivo. Então, para ela, é uma aventura.
Apesar das ressalvas, o ex-presidente afirmou que torce para que ela faça um bom trabalho na Secretaria da Cultura.
— Ela precisaria disso a essa altura da vida? Ela pessoalmente não. Ela deve acreditar que com isso pode fazer alguma coisa positiva. Tomara que faça.
Regina Duarte tomou posse na manhã desta quarta-feira no Palácio do Planalto. Ela substitui Roberto Alvim, exonerado do cargo após parafrasear um ministro nazista em um vídeo veiculado nas redes oficiais do governo federal.
Na terça-feira (3), véspera da posse oficial, foram exonerados dois secretários, dois diretores e dois chefes de gabinete da Secretaria Especial da Cultura. O Ministério do Turismo não se manifestou sobre as demissões.