O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, fez uma avaliação, a pedido da coluna, sobre a Operação Império da Lei, deflagrada na manhã desta terça-feira (3) por autoridades gaúchas, com o objetivo de transferir líderes de facções do Estado para penitenciárias federais. Os apenados, considerados chefes de grupos criminosos, foram removidos da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) e da Penitenciária Estadual Modulada de Charqueadas (PMEC), ambas no maior complexo prisional do RS.
Para o ministro, a ação está em sintonia com a política de segurança implementada pelo presidente Jair Bolsonaro. Ele destaca a importância de isolar líderes de quadrilhas no sentido de desidrar as facções criminosas.
— Hoje foi realizada uma operação conjunta entre o governo do Estado do Rio Grande do Sul e o governo federal que segue a política definida pelo presidente Jair Bolsonaro e, nesse ponto observado pelo governador Eduardo Leite, o isolamento das lideranças criminosas, lideranças de facções, que muitas vezes, mesmo presas, acabam conseguindo, dada alguma fragilidade do sistema carcerário, comandar o crime de dentro da prisão. Então qual é a estratégia: nós pegamos estas lideranças, os maiores expoentes, e tranferimos para penitenciárias federais onde a capacidade delas é completamente afetada. A partir da transferência para penitenciárias federais, não se tem histórico de fugas, rebeliões e uso de aparelhos celulares e todos os contatos com o mundo externo são monitorados — destacou Moro.
Para o ministro, o isolamento dos criminosos em presídios federais implicará na redução de crimes que, muitas vezes, são ordenados de dentro das penitenciárias estaduais.
— Isso tem um reflexo importante porque muito dos crimes são comandados de dentro das prisões. Paralelamente, o Departamento Penitenciário Nacional, do Ministério da Justiça, envia uma equipe de agentes penitenciários para ajudar o Rio Grande do Sul a melhorar a administração e o controle dos presídios para que nós tenhamos um impacto ainda mais significativo, em fortalecer o controle destas prisões — completou.
Esta é a segunda megaoperação orquestrada pelo Estado para transferir lideranças do crime para cadeias federais — em julho de 2017, a Operação Pulso Firme isolou 27 criminosos. A medida foi considerada fundamental para reduzir indicadores de criminalidade no Rio Grande do Sul.