A nova campanha contra o assédio e em defesa das mulheres, promovida pelo Ministério Público em parceria com a ONG Na'amat Pioneiras Porto Alegre, ganhou apoio também da Câmara de Vereadores da Capital. A vereadora Mônica Leal, ex-presidente da Casa, subiu à tribuna para falar sobre o tema e levou o apito, instrumento da ação, para chamar a atenção para a causa.
— Trago este assunto reforçado pelo que li hoje em Zero Hora Online que os índices de criminalidade do primeiro mês de 2020 acendem um alerta para a violência contra a mulher. Enquanto os casos de homicídios e latrocínios tiveram queda em janeiro, na comparação com o mesmo mês de 2019, o número de feminicídios — quando as mulheres são assassinadas por questões de gênero — cresceu 233,33%. Eu vou repetir, mais de 233% — apontou.
Na última sexta-feira, apitos foram distribuídos para mulheres na beira da praia de Capão da Canoa. Os folhetos entregues traziam a seguinte mensagem "Não hesite, apite!". Cerca de 5 mil apitos e panfletos foram produzidos para a campanha, que terá ações também no dia 8 de março, no Parque da Redenção, em Porto Alegre.
— Muitas vezes há um caminho de agressão à mulher que vai sofrendo diferentes tipos de abuso e assédio, incluindo o moral e o psicológico até chegar no assédio sexual, na violência doméstica e no feminicídio, comumente partindo de um relacionamento abusivo. Mas, também podemos falar dos ataques oportunistas que acontecem em um ônibus lotado, na balada, num elevador, em locais desertos ou vulneráveis, e lembro aqui do caso daquele estupro ocorrido dentro de um carro na Avenida Baltazar de Oliveira Garcia, quando dois homens molestarem uma mulher desacordada e divulgarem nas redes sociais o vídeo do abuso — completou.
Para GaúchaZH, a presidente da Na'amat Pioneiras Porto Alegre, Suzete Suslik Zylbersztejn, diz que o apito é simbólico, mas também prático para barrar um assédio sexual.
— O apito é um instrumento de denúncia e de proteção contra a violência contra a mulher. Ele também nos possibilita a discussão sobre esses relacionamentos abusivos, de violência, do feminicídio — destaca a voluntária.