Aliviado "moralmente" após decisão da Justiça que condenou o Ministério Público a lhe pagar indenização de R$ 20 mil, o ex-governador Tarso Genro conversou com a coluna na manhã desta sexta-feira (15) sobre o episódio. O alívio ocorre após desembargadores da Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça decidirem, por unanimidade, condenar o MP estadual por litigância de má-fé. Os magistrados consideraram ilegais o bloqueio de bens de Tarso e a inclusão dele em um processo que questionava a falta de licitação do transporte público intermunicipal no Estado. Cabe recurso à decisão.
—Eu me sinto moralmente aliviado. Sempre defendi, durante todo processo, que o Ministério Público agia de maneira persecutória. Mancharam o perfil de um político que nunca teve seu nome ligado a qualquer ato de corrupção. Eu acho que eles (integrantes do MP) se impressionaram com a oportunidade de aparecer na imprensa como gladiadores em defesa do estado. Foi uma forçação de barra política num ambiente de tensão grande do Ministério Público com governantes — avaliou.
O procedimento havia sido autorizado pela primeira instância em novembro de 2015 e, dez dias depois, derrubado por liminar do desembargador Carlos Roberto Lofego Caníbal, sorteado relator do processo. Além do ex-governador, a primeira instância, provocada pelo MP, havia bloqueado também os bens dos ex-secretários de Infraestrutura e Logística do governo petista, João Victor Domingues, e dos Transportes do governo Sartori, Pedro Westphalen, além de dois dirigentes do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer).
— A decisão da Justiça reconhece que eu fui vítima de um açodamento, de uma decisão política de pessoas, de membros do Ministério Público que me acusaram de maneira absolutamente injusta e sem nenhum fundamento jurídico. O Ministério Público é uma instituição séria e importante para a República, mas isso não autoriza pessoas do MP a cometerem excessos — acrescentou.