O deputado federal Bibo Nunes (PSL-RS), apontado como um dos possíveis parlamentares a serem expulsos diante da crise interna vivida pelo PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, afirmou à coluna nesta segunda-feira (14) que a legenda funciona como uma "ditadura" e com atitudes que configuram um "coronelismo", citando nominalmente o presidente da sigla Luciano Bivar. Ele criticou o interesse do comando do PSL nos recursos do Fundo Eleitoral e completou dizendo que "eles só querem dinheiro". O deputado também demonstrou não estar preocupado com sua possível saída da sigla, a partir da informação de que ele e outros colegas como Carla Zambelli (PSL-SP) poderiam ser punidos pela Executiva Nacional:
— Ser expulso de um partido que apresenta as condições ilegais e imorais do PSL atualmente é uma honra para mim. Não tem prestação de contas, tem um presidente envolvido em laranjal, é tudo na base do dinheiro, não tem transparência nenhuma — disparou.
A informação sobre a possível expulsão de deputados foi publicada pelo jornal O Globo. Conforme a reportagem, o deputado federal Júnior Bozzella (PSL-SP) afirmou que o partido deve expulsar os deputados federais Carla Zambelli (PSL-SP), Bibo Nunes (PSL-RS), Alê Silva (PSL-MG) e o deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP). O comando da sigla deve se reunir nesta terça-feira para tomar a decisão.
Bibo também contou à coluna ter sido um dos primeiros parlamentares a alertar sobre a conduta presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, que virou alvo de Bolsonaro em vídeo recente divulgado nas redes sociais. Na publicação, o presidente diz a um apoiador, em frente ao Palácio da Alvorada, para "esquecer esse cara" (numa referência a Bivar) e que ele está "muito queimado". Por conta dessa postura crítica, Bibo afirma que já vem sendo alvo de retaliações:
— Eu já perdi tudo que era relacionado ao partido, fui expulso de comissões, da vice-liderança. Fui expulso até do grupo de WhatsApp. Minha filha também foi expulsa da presidência da juventude, por ser minha filha. É uma ditadura, é um coronelismo. Parte deles, o (Luciano) Bivar e o (Antonio de) Rueda — sentenciou.