Chama-se Helen Machado a mulher à frente da empresa pública que conseguiu, pela primeira vez em sete anos, fechar um mês com lucro líquido. Há dois anos e meio, ela foi escolhida pela prefeitura — por meio do banco de talentos implementado pela gestão Marchezan — para presidir a Carris e, desde então, vem atuando no sentido de qualificar a gestão dentro da companhia.
Nesta terça-feira (24), os números divulgados pela direção da empresa ratificaram a mudança de gestão comandada por Helen. A Carris conseguiu, no mês de agosto, pagar todas as contas do mês e, ainda, teve lucro R$ 124 mil — na última vez que isso havia ocorrido, estávamos em agosto de 2012.
A coluna conversou com Helen sobre o número alcançado. E ela destacou a "mudança na cultura" da empresa como ponto principal para a reversão de um quadro deficitário.
— Sinto uma enorme satisfação e a certeza de estar no caminho certo. Entre tantos obstáculos que tive ao longo destes dois anos e meio, os resultados vêm demonstrando que muito mais do que a convicção de ter desenvolvido um plano de gestão profissional e eficiente, promovi uma mudança na cultura da empresa. Não alcançaria estes resultados se não tivesse mobilizado as pessoas para este objetivo de buscar o reequilíbrio econômico e financeiro da empresa. Trabalhei muito com a minha equipe e com o apoio e a confiança do prefeito para chegar até aqui, e ainda tenho muitos desafios pela frente — disse.
Sobre Helen
Em conversa com a coluna em março deste ano, quando completou dois anos à frente da Carris, Helen contou que administrar uma empresa pública nunca esteve em seus planos. Menos ainda uma instituição que acumulasse sucessivos anos de prejuízo — somente em 2016, o déficit chegou a R$ 74,2 milhões.
Para equilibrar as contas, ela implementou uma série de ações, desde a redução do custo da folha de pagamento (com diminuição de horas extras, de funções gratificadas, do número de CCs) até a readequação de processos, como por exemplo, a compra de peças diretamente dos fabricantes que, segundo ela, resultou em R$ 1,5 milhão de economia.
No meio da conversa, que começou por telefone e prosseguiu por escrito, pediu licença para acompanhar junto ao filho de seis anos a tarefa enviada pela escola. "Estou fazendo tema com ele", contou.
Entre as histórias divididas, uma curiosa sobre o desafio proposto em treinamento com motoristas da empresa:
— Cheguei e perguntei "quem aqui gostaria de trabalhar em uma empresa sem problemas, num ambiente seguro, com uma rotina previsível, estável e sem surpresas?". Todos levantaram a mão. Todos. Aí, eu tive que dizer "então vocês podem ir embora, porque escolheram a empresa errada" — contou, bem-humorada.