As redes sociais voltaram a se agitar nesta quinta-feira (5) após a a informação revelada pelo jornal O Globo de que o Ministério da Justiça ordenou abertura de uma investigação para apurar a produção de um filme de ficção que faz alusão à família do ministro da Justiça, Sergio Moro, e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva. O curta-metragem "Operação Lula Livre" está disponível no Youtube e tem duração de 15 minutos. Até esta quinta-feira (5), o filme havia sido visto por 93 mil pessoas no canal de vídeos.
O curta narra a história de dois personagens que decidem sequestrar a filha do ex-juiz federal Sergio Moro, retratado na produção como juiz e "ministro da Injustiça", “Célio Mauro”. Os sequestradores, na ficção, só aceitam libertar a jovem caso a Polícia Federal solte o ex-presidente “Luiz Jararaca da Silva”, alusão ao ex-presidente Lula, atualmente preso em Curitiba após ter sido condenado em segunda instância na Operação Lava-Jato.
À coluna, a assessoria do ministro Sergio Moro confirmou que ele pediu para a Polícia Federal abrir inquérito contra os autores do filme por "ameaça e apologia ao crime".
No filme, a personagem que interpreta a filha de Moro aparece vestindo uma camiseta verde e amarela. Em determinada cena, ela afirma que o pai é um "ícone contra a corrupção" e diz que gostaria que o "Ostra", em alusão ao coronel Brilhante Ustra, fosse atrás dos sequestradores. Os sequestradores, na obra, afirmam que o "ministro da Injustiça" não tem moral para falar sobre corrupção porque compõe um governo está "cheio de milicianos".
A produção, roteiro e direção são assinados por Alexandre Lydia. O filme está disponibilizado no canal do Youtube denominado "Cactos Intactos". A descrição afirma que "Operação Lula Livre" é uma "apologia ao pacifismo, à civilização e à democracia". Acrescenta ainda que a produção "critica, ridiculariza e repudia a luta armada, se alguém não conseguiu entender o óbvio".