À frente da coordenação nacional do Movimento Brasil Libre (MBL), Renan Santos, foi o convidado do programa Timeline, da Rádio Gaúcha, nesta segunda-feira (29). E voltou a admitir erros na condução de processos que ajudaram na radicalização de político no país, fato que já havia admitido em entrevista ao jornal Folha de São Paulo. Na conversa de hoje, Renan fez uma leitura sobre aspectos positivos deste novo momento político, como por exemplo, a maior presença da política nas conversas da sociedade.
No entanto, percebeu que as conversas não se aprofundaram. Segundo ele, o debate raso contribuiu para a proliferação de perfis simplórios e "fora da realidade. Como consequência, avaliou, ganharam forças versões fraudulentas e teorias da conspiração.
— A gente tem uma coisa positiva que é que as pessoas estão falando de política, só que tem o fato ruim que, para falar de política, as pessoas estão imbecilizando. E você tem chavões simplórios, explicações nitidamente simplificadas e fraudulentas da realidade e isso faz com que todo mundo saia ganhando. A gente percebe uma proliferação de picaretas, a gente vê isso no Congresso. E novas levas de youtubers políticos cada vez piores — declarou.
Sobre estas posturas, Renan foi além ao interpretar que elas são utilizadas por militantes políticos de "direita" e de "esquerda", numa competição de "lacres" e "mitadas", expressões utilizadas por usuários de redes sociais.
— (Torna-se) uma hipercompetição de narrativas, tanto da direita quanto da esquerda. O estímulo é ser o "mais tretador" e "mais maluco" na sua teoria. A moda agora é intervenção militar para enfrentar esse “Congresso vagabundo” — interpretou.
Ouça a entrevista realizada no programa Timeline:
Ao programa, Renan Santos também admitiu que, por ora, o movimento decidiu deixar de lado a intenção de criar um partido político. Há algum tempo, o MBL tentava junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) uma autorização para assinatura de coletas digitais, em vez de físicas, para permitir a criação de sua própria legenda. Renan diz que neste momento, a ideia não será levada adiante:
— A gente tinha uma ideia de montar um partido, mas a gente percebeu que o debate publico é tão idiota que a gente pensa: o que adianta montar um partido e ficar correndo atrás de assinatura? — explicou.