Deputado federal pelo PDT, eleito com 75.642 votos, o pernambucano Túlio Gadêlha esteve no estúdio da Rádio Gaúcha nesta terça-feira (23) para participar do programa Timeline. No Estado, Túlio participará de uma série de atividades relacionadas ao seu partido, uma delas ao lado da deputada estadual gaúcha Juliana Brizola. Na conversa, trouxe impressões sobre seus primeiros meses na Câmara dos Deputados, em Brasília, o caso Tabata Amaral (PDT-SP) e a votação da Reforma da Previdência, o governo Bolsonaro e a intolerância — por parte de direita e esquerda — e também sobre o relacionamento com a apresentadora Fátima Bernardes, do programa Encontro, da TV Globo.
Questionado sobre o trabalho no Congresso e a relação com os demais parlamentares, Túlio disse que lhe preocupa a eleição de uma ala mais radical, ou "reacionários", nas palavras dele. Ele afirma que são políticos que "buscam retirar direitos" da população. Sobre o PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, avaliou que um dos quadros sensatos e com quem ele consegue conversar é o deputado federal Alexandre Frota (PSL-SP).
— Na política, a gente teve sempre um campo mais progressista, que se entendia como esquerda, e o campo mais conservador, que se entendia como direita, que entre outras coisas defendia mais o desenvolvimento econômico, a manutenção de privilégios. Só essas duas forças diminuíram nos últimos anos. E nessa ultima eleição, principalmente, surgiu uma nova força que eu considero como "reacionária", e são esses caras que eu considero perigosos, de fato, porque são contra direitos. Eles atacam direitos. E boa parte dessa turma se encontra no PSL. Mas o PSL tem bons parlamentares. O Frota, por exemplo, é um cara que eu consigo conversar. Parece ser a pessoa mais sensata do PSL — afirmou.
Assista à entrevista:
O deputado federal também analisou o caso Tabata Amaral e explicou que, no seu entendimento, a postura de Tabata — votou a favor da Reforma da Previdência, contrariando orientação do próprio partido — precisa ser compreendida também pelo fato de ela não ter uma formação histórica dentro da legenda, o PDT.
— O que eu acho é que o PDT não pode cobrar tanto de uma pessoa que não teve a formação política dentro do partido. Por isso que eu acho que a expulsão é muito dura. Quantos anos de filiação ela tem? Eu tenho 12 anos (dentro do partido), eu consigo compreender as bandeiras do partido, o estatuto, as cartas, os manifestos — explicou.
Sobre a exposição da relação com a jornalista Fátima Bernardes, ele disse que no começo o assustou "um pouco" e contou o caso de um fotógrafo que registrava imagens dele dentro do apartamento, enquanto tomava café, apontando as lentes da câmera para a janela de Túlio, de um prédio à frente do dele. Questionado pelo jornalista Luciano Potter sobre a relação com o ex-marido de Fátima, o jornalista William Bonner, ele disse que os dois já se encontraram, mas que não têm nenhuma relação próxima:
— Eu não tenho uma relação com ele, já nos encontramos e nos cumprimentamos — contou.
Potter ainda brincou com a possibilidade de ele, Túlio, ser candidato à Presidência e, neste caso, ter que ser entrevistado por Bonner no Jornal Nacional:
— Não o conheço pessoalmente e não teria problema se conhecesse. É um excelente pai, tem filhos muito educados — disse.
Bem-humorado, Túlio também brincou com as críticas que já fez a jornalistas sobre parcialidade, imitando o bordão do personagem de Marcelo Adnet no programa Tá no Ar: "Ora, Rede Globo não me engana!". E explicou que gostaria de ver mais pluralidade nas análises feitas por veículos tradicionais de imprensa.