Nem mesmo o sono do governador Eduardo Leite (PSDB) passou incólume ao badalar do sino da Catedral Metropolitana, que misteriosamente disparou na madrugada desta quinta-feira (9), em Porto Alegre. Leite, que reside na ala residencial do Palácio Piratini, também foi acordado por volta de 3h30min, quando a estrutura de 3,8 mil quilos soou, deixando apreensivos moradores do Centro da Capital, acostumados com a calmaria da região.
Em tom descontraído, Leite contou a deputados da base, que se reuniram no Palácio Piratini nesta manhã, que também despertou com o badalar do sino e foi em busca de informações sobre o que havia ocorrido. O governador chegou a fazer buscas na internet para saber se algum pontífice havia morrido.
Leite, aliás, não foi o único a fazer este raciocínio. Ao repórter Tiago Boff, a advogada Bruna Alves, que reside na Rua Duque de Caxias, deu um relato semelhante:
— Acordei no susto. Fiquei com medo que tivesse morrido algum pontífice — contou.
Programado para tocar diariamente ao meio-dia e às 18h15min — 10 e 15 minutos antes das missas —, a estrutura de 3,8 mil quilos soou às 3h30min, despertando também a curiosidade dos moradores.
Afinal, por que o sino tocou?
Em nota, a assessoria de comunicação da Aquidiocese confirmou: "uma queda de energia nesta madrugada acabou acionando o sistema de automação dos sinos".
Ouça a entrevista do padre Rogério Luis Flores, pároco da Catedral de Porto Alegre, ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha.
Datada de 1821, a Catedral Metropolitana realiza, desde 2018, uma reforma elétrica, de iluminação e do sistema de som com foco nos festejos de 200 anos. Responsável pela obra, Luís Carlos Lunks afirma que o sistema programador da torre não deveria ser acionado devido à queda e o retorno da energia:
— É um sistema chaveado. Testamos diversas vezes e nunca toca sozinho.