Em meio a rumores de que havia pedido para deixar o governo, a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, afirmou à coluna, nesta sexta-feira (3), que não cogita deixar o cargo para o qual foi indicada no início do governo Bolsonaro.

Em que pesem as polêmicas em torno de suas declarações, Damares disse que não se sente desanimada, nem ameaçada e fez questão de dizer que permanecerá ministra até quando este for o desejo do presidente e até quando sua saúde suportar.

— Não tenho medo de pressão, não tenho medo de ameaça de morte (ela diz ter sido ameaçada por conta das causas que defende). Tenho trabalhado de 16 a 18 horas por dia. No pique que estou, vou até os 100 anos de idade — afirmou a ministra, de 54 anos. 

A senhora cogitou deixar o governo?

Não. Nunca falei sobre isso com o presidente. Ficarei no governo até quando o presidente quiser e até quando a saúde suportar. É que, quando eu fui convidada para ser ministra, eu estava em processo de pedir aposentadoria, em termos de cansaço mesmo. Dava palestras dentro e fora do Brasil e tinha uma atividade muito intensa. Hoje, como ministra, também. Tenho trabalhado de 16 a 18 horas por dia. Nenhum ministro do governo Bolsonaro trabalha menos de 15 horas por dia. No pique que estou aqui, vou até os 100 anos de idade.

A senhor está satisfeita com seu trabalho à frente do ministério?

Muito, muito satisfeita. Nosso ministério não é um ministério de execução. Ele é um ministério de garantia de direitos. Mas mesmo assim, temos conseguido executar projetos. Eu estou feliz. Hoje, estarei com 400 jovens aprendizes em Aracaju. 

A senhora chegou a conversar com o presidente sobre uma eventual saída?

Não conversei com o presidente Bolsonaro sobre isso.

A senhora citou ameaças de morte. Ainda recebe ameaças nesse sentido?

Recebi, no início do governo, antes da posse ainda. Sempre houve ameaças. Até porque sempre trabalhei no enfrentamento ao crime organizado. Eu luto contra o abuso que é praticado contra as mulheres, contra o tráfico sexual, contra o abuso infantil. Enfim, todos os temas que lido são também, de alguma forma, relacionados ao enfrentamento ao crime organizado. No início do mandato, havia ameaças não só a mim, mas também ao presidente.

E essas ameaças podem acabar afastando a senhora das atividades?

Isso não me assusta não. Não deixarei o governo por conta disso.