A ausência de elucidação do assassinato da vereadora Marielle Franco, morta em março do ano passado ao lado do motorista Anderson Gomes, no Rio de Janeiro, segue sendo o principal ponto de reivindicação da viúva de Marielle, a arquiteta Mônica Benício. Nesta terça-feira (12), Mônica conversou com o programa Timeline, da Rádio Gaúcha. E corroborou a visão de líderes do PSOL, partido de Marielle, de que é preciso identificar não somente os autores dos disparos, mas também que foi o mandante da execução.
— Mais importante do que prender ratos mercenários é prender o real assassino, porque mata também quem não puxa o gatilho. O principal assassino desta trama é quem mandou matar Marielle. Essa é a resposta mais importante — sustentou.
Na conversa com o Timeline, Mônica Benício também afirmou que, para ela, a execução de Marielle Franco foi, "claramente", um "crime político com participação de agentes do Estado".
Ouça a entrevista aqui:
Na manhã desta terça, a Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu dois suspeitos de participarem do assassinato da vereadora. Integrantes da Delegacia de Homicídios e do Ministério Público, responsável por denunciar a dupla à Justiça, deflagraram operação. A ação foi batizada de Operação Lume.
Segundo nota divulgada pelo Ministério Público do Rio, um dos presos é o policial militar reformado Ronnie Lessa, 48 anos. Ele é suspeito disparar a arma que matou a vereadora e seu motorista. O segundo suspeito preso foi o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, 36 anos. Ele estaria dirigindo o carro quando os tiros foram disparados.
Ainda durante a conversa no programa Timeline, a viúva reforçou sua luta "diária" por Justiça e disse que espera que não seja necessário mais um ano de investigação para que o mandante seja identificado e punido pelas autoridades.
— O Brasil está passando uma vergonha internacional — sentenciou, sobre a demora nas investigações.