Líder à frente do MBL (Movimento Brasil Livre) e deputado federal pelo Estado de São Paulo, Kim Kataguiri (DEM) teceu duras críticas nesta terça-feira (26) a maneira como vem sendo conduzida a articulação política no governo Jair Bolsonaro. E o alerta traz uma preocupação: o andamento da Reforma da Previdência, projeto considerado vital, por Kim e pelo governo, para recuperação das contas públicas e para a retomada do crescimento da economia.
Em conversa durante o programa Timeline, da Rádio Gaúcha, Kim afirmou que Bolsonaro e a área responsável pela articulação junto ao Congresso agem de forma "irracional" e não recebem nem sequer os parlamentares que compõem a base aliada do governo. Ele, que é a favor da mudança das regras para a aposentadoria, sustenta que da forma como as coisas estão postas hoje, a proposta de Reforma da Previdência seria derrotada no plenário da Câmara dos Deputados:
— Hoje, não passa. Se for pautada em plenário, o governo apanha por uns cem votos para mais. (...) O governo escolheu fechar a porta de todos ministérios para os parlamentares. E é claro que quando você não dialoga com o Legislativo você não vai conseguir aprovar — avaliou.
Kim considera que o governo tenta confundir a opinião pública ao relacionar a articulação — segundo ele, estas conversas entre Executivo e parlamentares — com 'toma lá, dá cá' e 'corrupção'. A confusão, segundo ele, é uma forma de "justificar a própria falha na articulação".
— É legítimo um deputado falar com um ministro para falar que a Santa Casa do seu Estado está falida e está precisando de recursos. É legitimo falar que tem uma creche caindo aos pedaços e que está precisando de um auxílio do Ministério da Educação, por exemplo. É legítimo levar sua demanda regional. Não tem problema nenhum resolver problemas regionais. Não tem absolutamente nada a ver com corrupção — interpretou.
O deputado acredita que uma forma de evitar a falência completa da proposta de Reforma da Previdência no Congresso é o resgate do texto relatado pelo deputado Arthur Maia (DEM), enviado ainda durante o governo Temer, porque este é um processo que já está em tramitação.
— A minha esperança é que o Rodrigo Maia consiga convencer os líderes para desenterrar o relatório do deputado Arthur Maia, que foi construído sobre texto enviado pelo Marcelo Caetano que já está tramitando, já está em condições para o plenário — destacou.
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