A crise que envolve o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), expõe a insatisfação de parte dos deputados federais com o tratamento recebido pelo poder Executivo. As reclamações vão desde a forma como a Casa Civil recebe e trata os parlamentares até a falta de articulação para receber possíveis emendas ao texto enviado pelo governo sobre a Reforma da Previdência. A coluna ouviu parlamentares sobre a insatisfação.
— A Casa civil parece que mergulhou num poder que não tem humildade para conviver. O governo politicamente nem procura (os parlamentares) para somar forças na mobilização ou ouvir nossas propostas de eventual adequação do projeto — ponderou um parlamentar apoiador de Bolsonaro e que defende as mudanças no sistema de aposentadoria.
Um articulador com trânsito no Congresso chamou de "despreparo" a forma como o governo vem lidando com os parlamentares, especialmente com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, um aliado da Reforma.
— O maior fiador era Maia. É muito despreparo para pouco cargo — disparou.
Em que pesem os relatos sem identificação, parlamentares da base aliada também têm demonstrado publicamente conhecimento sobre as dificuldades que o governo Bolsonaro já está enfrentando no Congresso.
Nesta segunda-feira (25), em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, o líder do PSL na Câmara dos Deputados, deputado delegado Valdir (PSL), afirmou que o trabalho do governo Bolsonaro vai precisar de "menos redes sociais e mais ação" para aprovar as reformas da Previdência geral e dos militares na Casa.
— Eu vi um cálculo do Guedes de que faltavam 50 e poucos votos, eu não sei de onde ele está vendo isso. Porque eu convivo no parlamento e sei que existe uma indisposição hoje na reforma — completou o parlamentar.