Referindo-se ao assunto como "abacaxi", o delegado Waldir (PSL-GO), líder do PSL na Câmara dos Deputados, afirmou nesta segunda-feira (25) que o trabalho do governo Bolsonaro vai precisar de "menos redes sociais e mais ação" para aprovar as reformas da Previdência geral e dos militares na Casa. Segundo o parlamentar, não há unanimidade entre os votos mesmo entre os integrantes do partido do presidente.
— Existem divergências até na bancada do PSL . O governo não montou a sua bancada para aprovar a reforma da Previdência — afirmou em entrevista ao Gaúcha Atualidade. — Eu vi um cálculo do Guedes de que faltavam 50 e poucos votos, eu não sei de onde ele está vendo isso. Porque eu convivo no parlamento e sei que existe uma indisposição hoje na reforma — completou o parlamentar.
Waldir criticou a crise entre Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia — que já sinalizou que pode deixar a articulação da reforma. Segundo ele, a proposta de reforma da Previdência "é necessária e espetacular", e o que o governo precisa é cumprir com o diálogo entre os parlamentares para montar a sua base, "ou então ele não quer nada".
— Eu acho que o país precisa mais que isso, precisa que os chefes dos dois poderes entendam que o que eles falam afeta a bolsa de valores, baixa o dólar, diminui a produção de empregos, pode afastar os investidores que estão querendo vir para a privatização dos portos — relata.
Na terça-feira (26), o ministro da Economia, Paulo Guedes, deve ir à CCJ a pedido da oposição para esclarecer o incômodo gerado pela proposta de aposentadoria dos militares. Segundo o delegado, "não há nada contra a reforma, eles merecem", mas o cálculo de economia com a proposta não fecha.
— Vai ser muito bem tratado (Paulo Guedes), mas vai ter que dar as respostas de como descascar o abacaxi — enfatiza.