Nome gaúcho citado em nova lista de políticos investigados por suspeita de envolvimento em um esquema de corrupção junto à empreiteira OAS, o ex-deputado gaúcho Marco Maia (PT) conversou com a coluna nesta quinta-feira (28). Fora da vida política, ele atribui a citação ao seu nome a uma razão: vingança. Na avaliação do petista, o ex-presidente da empreiteira Léo Pinheiro reagiu ao fato de ele, Marco Maia, ter pedido o indiciamento do empresário quando era relator da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) da Petrobras no Congresso.
— Eu pedi o indiciamento dele (Léo Pinheiro) quando eu fui relator da CPMI lá em 2014. E desde então ele passou a apresentar essa versão (citando o nome de Maia). É uma versão mentirosa, que não tem nenhum fundamento. Cita pessoas que eu nem sei quem são. Ele o faz única e exclusivamente por vingança — afirmou à coluna.
O ex-deputado federal é o único gaúcho entre os 21 políticos citados na delação da empreiteira OAS como beneficiados por repasses de caixa dois e propinas. A lista, revelada pelo Jornal O Globo nesta quarta-feira (27), consta em delação homologada pelo STF no ano passado e que era mantida até agora em sigilo.
O ex-deputado, não reeleito em 2018, diz que não pretende voltar à política agora. Como parlamentar, chegou a ser presidente da Câmara dos Deputados e depois foi escolhido relator da comissão criada para investigar desvios na Petrobras, revelados pela Operação Lava-Jato. Tempos depois, delatores da operação afirmaram que ele fez parte de um esquema de cobrança de "pedágio" para preservar empreiteiros dos depoimentos.
— Como relator, eu pedi o indiciamento de 52 pessoas, entre elas o Léo Pinheiro. E pedi a investigação pelo Cade de 20 empresas, entre elas a OAS. É vingança (citar o nome dele). Até hoje, meu nome não apareceu em nenhuma conversa porque não existiu conversa. Não tive nenhuma conversa — reiterou à coluna.
Com histórico semelhante ao do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marco Maia iniciou sua militância política no Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas, na década de 1980. Nos anos seguintes, foi, ainda, membro do Sindicato dos Metalúrgicos de Nova Santa Rita, da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do Rio Grande do Sul, da Confederação Nacional dos Metalúrgicos e da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Como parlamentar, Marco Maia chegou a ser presidente da Câmara dos Deputados – sem contar as quatro vezes em que assumiu, interinamente, a Presidência da República.