A empreiteira OAS teria distribuído, entre 2010 e 2014, cerca de R$ 125 milhões em propinas e repasses de caixa 2 a pelo menos 21 políticos de oito partidos, de acordo com reportagem publicada pelo jornal O Globo nesta quarta-feira (27). A revelação foi feita por oito ex-funcionários da construtora, num rol de 217 depoimentos, em delação homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no ano passado.
A publicação teve acesso a um relatório de 73 páginas da Procuradoria-Geral da República (PGR) com informações sobre campanhas financiadas irregularmente, obras superfaturadas para alimentar o caixa clandestino da empreiteira, método de funcionamento do esquema e nomes dos político e beneficiados. O documento era mantido em sigilo.
Entre os citados aparecem os nomes de Jaques Wagner (PT) e do ministro Vital do Rêgo, do Tribunal de Contas da União (TCU), além do ex-governador Fernando Pimentel (PT-MG), do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ) e do ex-ministro Edison Lobão (MDB-MA). Vários outros teriam recebido caixa 2, entre eles o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o ex-senador José Serra (PSDB-SP), o deputado Aécio Neves (PSDB-MG), o ex-prefeito Eduardo Paes (MDB-RJ) e o ex-governador Sérgio Cabral (MDB-RJ).
O esquema ilegal da construtora envolveria ainda o superfaturamento de grandes obras, como estádios da Copa de 2014, a transposição do Rio São Francisco, o Porto Maravilha, no Rio, e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste, além de empreendimentos no Exterior. A Arena do Grêmio é citada como um dos empreendimentos superfaturados.
Contrapontos
O que diz Jaques Wagner
Defesa diz que não comentará delação que não teve acesso.
O que diz Vital do Rêgo
Defesa diz que não teve acesso à delação e que não recebeu doações irregulares.
O que diz Fernando Pimentel
Defesa diz que desconhece as acusações.
O que diz Eduardo Cunha
Defesa "nega veementemente a acusação".
O que diz Edison Lobão
Nega irregularidades e critica delações sem prova.
O que diz Rodrigo Maia
Defesa diz que doações foram declaradas à Justiça e nega favorecimento a empresários durante mandato.
O que diz José Serra
Defesa diz que contas eleitorais eram responsabilidade do partido.
O que diz Aécio Neves
Defesa diz que "acusações são falsas" e doações estão todas registradas na Justiça Eleitoral.
O que diz Eduardo Paes
Defesa diz que contas foram aprovadas pela Justiça Eleitoral e jamais favoreceu empresas.
O que diz Sérgio Cabral
Defesa diz que não vai comentar.