Dois velhos conhecidos do cinema gaúcho, o cineasta Carlos Gerbase e a produtora Luciana Tomasi, vibraram com a vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro. Em conversa gravada para o Perimetral Podcast que vai ao ar na próxima sexta-feira (10) no YouTube e nas plataformas de áudio, a dupla comentou a conquista da atriz em Las Vegas.
— Ela ganhou de um modo espetacular, porque a atuação é muito de cinema. Toda a carreira dela foi em cinema e televisão, e a gente sabe que existem diferenças importantes entre uma coisa e outra. A TV costuma ser uma coisa mais para fora, mais exagerada e dramática, com D maiúsculo. As novelas geralmente são assim, e a Fernanda faz muito bem novela. Agora, o que ela fez (no filme)? Uma atuação contida. Tudo que está sofrendo ela não mostra diretamente para a câmera. É como se ela estivesse ali, vivendo aquilo e escondendo a dor, principalmente dos filhos — avalia o diretor, roteirista, professor de cinema na PUCRS por 40 anos.
Para Gerbase, que dirigiu filmes como Tolerância (com nomes como Maitê Proença, Roberto Bomtempo, Maria Ribeiro e Werner Schünemann) e Sal de Prata (com atores do quilate de Maitê, Maria Fernanda Cândido, Camila Pitanga e Marcos Breda), Fernanda acertou na "sutileza da interpretação"
— Eu acho que isso faz com que ela mereça completamente esse prêmio de cinema — ressalta Gerbase.
Lu, que atua como produtora, trabalhou com Fernanda no filme Saneamento Básico, dirigido por outro gaúcho, o cineasta Jorge Furtado, e viu de perto o talento da artista:
— Ela é uma atriz única. E é um prêmio tão merecido, porque a Fernanda é autêntica. Ela não faz onda, sabe? Não quer aparecer mais que ninguém.
E o Oscar, será que vem? Para os dois, tudo é possível, mas não será uma batalha fácil.
— O Oscar é um jogo ainda mais pesado, mas o Globo de Ouro é uma espécie de porta de entrada, uma primeira batalha. Eu gostaria muito que o filme fosse bem e que a Fernanda fosse bem também — diz Gerbase.