Podem falar o que quiser, mas nada substitui o impacto de visitar uma biblioteca “de verdade”, com prateleiras e milhares de livros de papel. Estranho? Pode até ser, considerando que hoje temos tudo na tela de um dispositivo móvel. Ainda assim, bibliotecas são como templos, um convite a desacelerar.
Não é à toa que muitos desses ambientes (apesar dos pesares) têm testemunhado um aumento de frequência do público - e ele não tem apenas cabelos brancos. Arrisco-me a dizer que isso vale inclusive para o Brasil, que, segundo pesquisa recente, pela primeira vez tem uma maioria de pessoas que não lê livros.
Minha teoria é de que as pessoas que leem - incluindo jovens (sim!) - estão se cansando do universo digital e do frisson da telas. Basta observar a popularidade dos novos clubes de livros, que se tornaram locais de socialização, de troca e de desafogo da correria diária.
No Brasil, temos belos prédios do tipo, como o Real Gabinete Português de Leitura, uma joia com visitação gratuita no centro do Rio de Janeiro (fica a dica).
No Rio Grande do Sul, não deixe de conhecer a Biblioteca Pública do Estado, no coração Capital, igualmente bonita e interessante (240 mil obras literárias (inclusive algumas raridades). Em 2023, ela atraiu 35 mil pessoas, um avanço de 169% na comparação com os registros de 2022.
Fora do país, um dos locais mais fascinantes do gênero (aí vai mais uma dica) é a Biblioteca do Congresso, em Washington (EUA). Com origem no ano de 1800, ela é considerada maior do mundo, com inacreditáveis 164 milhões de itens em diferentes formatos e em mais de 470 idiomas.
Você acredita mesmo que um lugar assim pode ser esquecido? Jamais. Bibliotecas, especialmente se bem cuidadas, nunca saem de moda.