Quando escrevi, em 2023, que a Biblioteca Pública do Estado (BPE) estava renascendo, não era brincadeira. Depois de 68 eventos, três exposições, melhorias estruturais e cuidados estéticos, a instituição liderada desde fevereiro de 2022 pela servidora Ana Maria de Souza registrou um salto nos números.
Veja só: o público geral passou de 13 mil visitantes em 2022 para 35 mil no ano passado (avanço de 169%). As visitas guiadas agendadas contabilizaram 3,2 mil pessoas em 2023, bem acima das 900 do ano anterior.
O interesse pelo espaço refletiu-se, também, nos empréstimos de livros. As retiradas mais do que dobraram, passando de 1.247 exemplares em 2022, para 3 mil, em 2023.
Quem disse que literatura está fora de moda? Os dados mostram o contrário, e há razões para isso.
Em 2023, a biblioteca literalmente “parou o trânsito”. Com um projeto inovador, a instituição ligada à Secretaria de Estado da Cultura passou a realizar encontros gratuitos de arte, literatura, música e gastronomia na rua.
Sim: um sábado por mês, a biblioteca se expandiu para a Rua Riachuelo, no Centro Histórico. Foi um sucesso de público, que abraçou a ideia sem pestanejar.
A nova fase incluiu, também, o restauro de paredes internas e a recuperação de quadros, poltronas e lustres, deixando o espaço ainda mais bonito. Até o setor de empréstimos mudou de lugar (passou a ter destaque, logo na entrada) e ganhou prateleiras novas.
Por trás disso, está a equipe liderada por Ana Maria.
Bibliotecária de formação, ela trabalhou por 22 anos na Petrobras Distribuidora, no Rio de Janeiro, como coordenadora de RH na área operacional, onde aprendeu a gerir cerca de mil colaboradores. Mas queria mesmo era cuidar de bibliotecas, e foi por isso que fez concurso público para o cargo no Estado do Rio Grande do Sul. Passou e, em 2022, largou tudo para morar em Porto Alegre.
Meses depois, em fevereiro de 2023, Ana assumiria a BPE, onde segue até hoje.
— Estamos super contentes com os resultados. A meta, em 2024, é continuar atraindo mais gente para todos os serviços que disponibilizamos: leitura local, empréstimos, visitas espontâneas e agendadas, recitais, clube de leitura e eventos — diz a diretora.
Se você ainda não conhece o prédio onde estão resguardadas 240 mil obras literárias (inclusive algumas raridades), faça uma visita. É de graça.