Dona Maria Coussirat Camargo (1915-2014) dedicou a vida a cuidar de Iberê (1914-1994), o marido artista. Mas ela também deu as suas pinceladas quando era estudante de artes. Uma de suas obras, de paradeiro desconhecido, agora é alvo de uma busca.
A Fundação Iberê prepara uma nova exposição para 14 de setembro, chamada Iberê Camargo – Território das Águas. Com curadoria de Blanca Brites e Gustavo Possamai, a mostra destacará telas em que o autor externou a preocupação com a preservação de mananciais, incluindo o Guaíba, o Arroio Dilúvio e o antigo riacho (hoje aterrado) do bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre.
A exibição incluirá sete quadros de Maria, que também retratam paisagens banhadas pela água, executados entre 1937 e 1940, quando era aluna do Instituto de Belas Artes, atual Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Ao longo do tempo, Maria deixou de lado a pintura e optou pelos bastidores. Acabou sendo reconhecida pela perseverança na criação da fundação e por ter sido o porto seguro do artista, mas deixou belas criações.
A instituição tem 16 delas no acervo, a maioria quadros pequenos.
— Decidimos incluir na exposição as obras que tratam do mesmo tema e evidenciam o vínculo forte que havia entre o casal. Só que justamente a tela de paradeiro desconhecido (da qual a fundação tem apenas um fac-símile) é a maior que Maria pintou. A única coisa que sabemos é que pertencia a um parente já falecido, que não teve filhos. É possível que quem tenha ficado com o quadro nem sequer imagine que é uma criação da dona Maria, porque aparentemente não tem a assinatura dela — diz Possamai.
Trata-se de um óleo sobre tela de 32 por 43 centímetros, produzido em 1941. Ele representa parte do casario que margeava o antigo riacho da Cidade Baixa. O riacho era uma extensão do Arroio Dilúvio, que passava pela ponte de pedra até desaguar no Guaíba.
O objetivo da fundação é localizar o(a) dono(a) para pedir o quadro emprestado para o período da exposição. Quem tiver informações, pode entrar em contato pelo e-mail acervo@iberecamargo.org.br.