Até a próxima sexta-feira (26), Pelotas, no sul do Estado, recebe um dos maiores eventos de música de concerto da América Latina. É como se a Capital do Doce se transformasse, de repente, na Cidade dos Sons: do violino, do trombone, da harpa, do acordeão, da voz, da percussão. Por todos lados, em todos os cantos.
Todos mesmo: teatro, museu, igreja, caminhão, salas de aula, lojas, praças e ruas, até a areia da praia e o hospital.
Desde o último dia 15, 63 apresentações - públicas e gratuitas - dão vida ao Festival Internacional Sesc de Música, atraindo instrumentistas do Brasil e do mundo. É algo para valorizar e olhar com atenção.
Além dos shows, há cursos de instrumentos, de canto lírico, choro, música de câmara, prática de orquestra e de banda sinfônica, com bolsas integrais e parciais. Veja bem: o evento recebe 400 alunos de 22 Estados e de cinco países, ávidos por aprender com 46 professores de diferentes nacionalidades - entre eles Liviu Prunaru, spalla (primeiro violino) da Concertgebouw Orchestra, de Amsterdã.
Não por menos, este talvez seja um dos mais bem acabados exemplos, no Rio Grande do Sul, de como é possível multiplicar os benefícios da cultura. Isso significa, por tabela, desenvolver o comércio local, estimular o turismo e gerar receita para o município, fora todo o resto.
Desde a abertura, o público tem lotado os espaços. Em algumas apresentações, há filas. É a arte ao alcance de qualquer pessoa, inclusive com recitais de estudantes e de seus mestres.
— A comunidade abraçou o evento. Absolutamente todos os espetáculos lotam. Nas apresentações na Praia do Laranjal, ao ar livre, chegamos a receber 8 mil espectadores — conta o diretor artístico do festival, Evandro Matté, maestro da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa).
A ideia nasceu em 2011 e, desde então, é concretizada pelo Sistema Fecomércio, por meio do trabalho incrível do Sesc e do Senac, em parceria com o Ministério da Cultura. Há, também, uma série de parceiros e apoiadores, entre eles a prefeitura. E sabe por que funciona? Porque muita gente acreditou - e acredita - que é possível fazer.