Enquanto Porto Alegre lidava com as feridas da tempestade que desabou sobre a cidade na última terça-feira (16), pichadores macularam - na noite seguinte - a fachada de um dos mais belos edifícios da área central da Capital: o antigo prédio da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Desde 2022, quando o imóvel histórico teve o frontão pintado de amarelo (após anos com a fachada deteriorada e coberta de rabiscos), a instituição vinha fazendo o possível para evitar a ação de vândalos - inclusive uma grade foi instalada de forma definitiva no local.
Não adiantou. Eles se aproveitaram da situação de calamidade pós-temporal para agir sem ser notados. Indignado com a ação (e com razão), o reitor Carlos André Bulhões Mendes mandou limpar a sujeira - o que já foi feito. A coluna teve acesso a fotografias do prédio pichado, mas, por princípio, não publica as imagens para não estimular novas iniciativas do tipo.
— É triste. Soubemos, inclusive, que havia uma espécie de competição entre os pichadores para ver quem conseguiria riscar primeiro o prédio. Temos 350 seguranças e mais de mil câmeras espalhadas em áreas da universidade, mas, infelizmente, aconteceu. Agora, o caso vai ser alvo de investigação policial. Além do agravo a um bem cultural, um prédio histórico, temos o custo de consertar o estrago. Como o cobertor é curto, com dinheiro limitado, é quase um assalto — lamenta o reitor.
Prédio histórico
- A construção do imóvel começou em 1913. Os trabalho foram interrompidos de 1914 até 1919 por causa da 1ª Guerra Mundial.
- O edifício foi inaugurado em 31 de março de 1924.
- Em 1974, a Faculdade de Medicina foi transferida para o Hospital de Clínicas e o local passou a abrigar o Instituto de Ciências Básicas da Saúde.