Aí vai uma boa notícia neste apagar das luzes de 2023: os dados oficiais ainda são parciais, mas já indicam que a cobertura vacinal infantil no Rio Grande do Sul - assim como ocorreu no Brasil - não só parou de cair, como finalmente voltou a crescer.
É um alento diante de todas as fake news, teorias da conspiração e ações antivacina que ganharam terreno no país nos últimos anos, inclusive com riscos de retorno de doenças já controladas.
Segundo dados fornecidos à coluna pela Secretaria Estadual da Saúde, houve avanços em todas as vacinas recomendadas para crianças de um ano nos primeiros 10 meses de 2023, em relação a 2022. Na lista, entram, por exemplo, as aplicações contra difteria, tétano e coqueluche (que subiram de 72,7% para 76,4% da garotada no RS), varicela (de 74,5% para 77%) e poliomielite (com um salto de 74% para 79,1%).
No caso dos bebês com menos de um ano, só dois dos oito imunizantes considerados essenciais registraram queda: BCG e hepatite B.
Ainda há o que melhorar? Sim, sem dúvida - e muito. Além desses dois casos de redução, os percentuais das demais doses ainda estão aquém do ideal, que, segundo o Ministério da Saúde, varia de 90% a 95% das crianças.
Mesmo assim, avalia Eliese Cesar, chefe da seção de imunizações da Secretaria Estadual da Saúde, há motivos de sobra para comemorar.
- Os índices vinham piorando muito, principalmente depois da pandemia. Agora, há um incentivo maior às vacinas por parte do ministério, inclusive com mais verbas para a área e ações nacionais. A gente espera que em 2024 a situação siga melhorando. O mais importante é passar a mensagem para as pessoas de que as vacinas são seguras, funcionam e protegem contra doenças graves - diz Eliese.
Não deixe de vacinar suas crianças.
Principais resultados:
- Com exceção de duas (BCG e hepatite B), todas as demais vacinas recomendadas para crianças de até um ano no RS tiveram aumento de cobertura em 2023.
- A vacina contra febre amarela (aos 9 meses de idade) foi a que apresentou maior percentual de aumento com relação ao ano anterior (de 58,1% para 65,7%).
- Houve ainda um crescimento de 29,8% nas doses aplicadas da vacina contra HPV em meninos de 9 a 14 anos. Incluindo as meninas, o avanço foi de 12,6%.