Acaba de sair o anúncio oficial: os vencedores do Prêmio Nobel de Medicina em 2023 são os criadores da tecnologia por trás de algumas das principais vacinas contra a covid-19. A decisão, divulgada nesta segunda-feira (2), na Suécia, não deixa de ser uma resposta ao negacionismo de quem virou as costas para ciência em meio à maior crise sanitária da história recente da humanidade.
Premiados com a distinção criada em 1910, a bioquímica húngara Katalin Karikó e o imunologista norte-americano Drew Weissman foram os responsáveis por detalhar a técnica do RNA mensageiro - material genético sintetizado em laboratório que tem a função de "levar instruções" para as células e fazer com que elas atuem em defesa do organismo.
As descobertas da dupla foram fundamentais para o desenvolvimento em tempo recorde de imunizantes eficazes contra o coronavírus em 2020 - menos de um ano após a eclosão da pandemia.
Até então, não havia nenhuma vacina registrada que utilizasse a tecnologia mRNA, que, aliás, tem grande potencial para servir, também, para frear outras doenças (inclusive câncer e HIV).
Muita gente, por conta das fake news (que espalharam mentiras, pânico e suposições infundadas), se negou a receber essas doses - entre elas, as vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna, para citar as duas mais conhecidas. Felizmente, na maior parte do mundo, a imunização avançou. Hoje, sabemos o quanto isso foi fundamental para que pudéssemos conter o vírus, evitar mortes e superar todas as dificuldades que vivemos.
Pelo alcance e pela importância, o trabalho de Katalin e Weissman merece, sim, um prêmio do porte do Nobel.