Impossível deixar passar batido. Seria apenas mais uma recepção oficial, como tantas outras que já ocorreram no Palácio Piratini, não fosse um "pequeno grande" detalhe. Pela primeira vez na história do Rio Grande do Sul, um Estado conhecido pelo conservadorismo e pelo apego às tradições, um governador recebeu, ao lado do namorado, um presidente da República.
Eduardo Leite, que já havia rompido preconceitos ao fazer uma declaração de amor a Thalis Bolzan quando assumiu o cargo, em janeiro deste ano, deu mais um passo na longa caminhada coletiva pela aceitação da diversidade. E fez isso, mais uma vez, de forma natural, como se nada fosse.
Foi muito. Foi simbólico.
Não entro aqui no mérito da gestão estadual, nem em uma discussão sobre políticas públicas e muito menos nas brigas ideológicas que nos últimos anos vêm dividindo o país. Ao receber o presidente Lula e a primeira-dama Janja com Thalis ao seu lado, Leite dá um recado.
Aliás, dois. Um deles é: amor é amor. Simples assim. O outro recado fala de representatividade. Se um governador pode apresentar seu companheiro em uma recepção presidencial, Carla, Flávio, Gabriella, Clarice, Dudu, Fernando, Carlos, Luan, Diego, Carolina, Cadu, Maicon e Simone - aqui vai uma singela homenagem a alguns amigos - também podem, em qualquer circunstância.
Na semana em que se celebrou o Dia Internacional do Orgulho LGBT+, essa fotografia é, sim, uma imagem para não esquecermos, independentemente da posição política de cada um.