O jornalista Caio Cigana colabora com a colunista Juliana Bublitz, titular deste espaço
O levantamento não é novo, mas permanece válido para se ter uma ideia de um dos vários inconvenientes causados pela gripe, uma doença que também pode matar. Em meados de 2015, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou pesquisa a partir de informações coletadas em 2013 em mais de 80 mil domicílios do país. Concluiu que 17,8% dos entrevistados se ausentaram ou tiveram de se afastar do trabalho por estarem gripados ou resfriados em algum momento ao longo daquele ano.
É um percentual significativo. Mais ainda se for observado que, uma década atrás, o país atingia as metas de vacinação. O Rio Grande do Sul, por exemplo, chegou a uma cobertura de 93,2% do público-alvo em 2013. Foi uma das maiores dos últimos 10 anos.
Os percentuais, no entanto, caíram bastante em 2021 e 2022 (ver quadro), mostram os dados da Secretaria Estadual da Saúde (SES). No ano passado, nem dois terços do total de pessoas aptas foram imunizadas. Coincidência ou não, é um resultado que acontece após uma forte onda de desinformação sobre vacinas, especialmente em relação às contra a covid-19. Com o novo Ministério da Saúde, há ao menos agora um incentivo oficial maior à vacinação, incluindo as demais campanhas do Plano Nacional de Imunizações (PNI).
Neste sábado, postos de todo Estado estarão abertos para o Dia D contra a gripe. É a grande mobilização para elevar os percentuais de cobertura da vacinação contra a influenza. São cerca de 5 milhões de pessoas elegíveis no Rio Grande do Sul, mas apenas aproximadamente 1 milhão já receberam a sua dose. É importante para evitar adoecer e, se pegar a gripe, diminuir as chances de ter complicações e disseminar o vírus por aí, elevando o risco especialmente para a população mais suscetível a ter quadros graves. A gripe pode causar muito mais do que um mal-estar e um afastamento momentâneo dos compromissos. O inverno nem chegou e, neste ano, a doença matou sete pessoas no Rio Grande do Sul. Melhor prevenir.
Cobertura vacinal no RS
2013: 93,2%
2014: 86,4%
2015: 86,3%
2016: 93,8%
2017: 87,1%
2018: 86,3%
2019: 87,2%
2020: 93,5%
2021: 79,3%
2022: 65,2%