Porto Alegre vai ganhar seu primeiro terrário urbano neste sábado (3). Inspirado nos famosos pocket parks (mini parques) de Nova York, o espaço de convivência será inaugurado na esquina das ruas Lucas de Oliveira e Neusa Brizola, bairro Petrópolis.
Desenvolvida pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus), a ideia é ótima. Basicamente, envolve a revitalização de pequenas áreas ociosas da cidade em parceria com a iniciativa privada. São terrenos públicos baldios, sem grande potencial construtivo, que, não raro, viram depósitos irregulares de lixo. A Capital tem uma centena de locais assim.
Não por menos, antes mesmo de sair do papel, a iniciativa já foi até premiada. Recebeu o Selo TAP (Transformative Actions Program) do ICLEI (Governos Locais pela Sustentabilidade) e ganhou destaque no Prêmio Melhores Práticas de Sustentabilidade na Administração Pública, do Ministério do Meio Ambiente.
O primeiro modelo prestes a abrir as portas é resultado de uma parceria com a Maçaix, empresa de comércio de açaí com lojas no Brasil e no Exterior. A partir de sábado, a esquina das ruas Lucas de Oliveira e Neusa Brizola - antes repleta de sujeira - terá uma loja da marca, além de equipamentos de ginástica, minirrampa de skate e mesas com tabuleiros de dama e xadrez.
A obra seguiu uma série de exigências. Por exemplo: foram utilizadas madeiras de reflorestamento tratadas e certificadas no deque, no pergolado e no mobiliário e tintas menos agressivas ao meio ambiente (com baixa emissão de compostos orgânicos voláteis).
A estrutura também recebeu placas de energia solar, sistema de reaproveitamento de água da chuva, piso com drenagem e calçadas com acessibilidade. O espaço terá árvores nativas, e a empresa se comprometeu a não utilizar plástico na operação. O açaí será servido em potes e embalagens recicláveis ou reutilizáveis.
Próximos terrários
- O segundo terrário urbano de Porto Alegre será entregue à população em julho. Ele fica na esquina das ruas Garibaldi e Frei José Otão, no bairro Bom Fim, e terá como permissionário a empresa Alegrow.
- O terceiro, cujo edital está em elaboração, será instalado na Avenida Nilo Peçanha.
- A Smamus já tem mapeadas outras áreas públicas da Capital com potencial para receber espaços do tipo.
A ideia
Considerada inédita no país, a iniciativa prevê a transformação de pequenos espaços públicos subutilizados em ambientes sustentáveis com possibilidade de exploração comercial. A implementação, gestão e manutenção do terrário são de responsabilidade do permissionário, como contrapartida pela exploração comercial (com atividades que estimulem a presença de pessoas nos espaços públicos).
A seleção é feita por concorrência pública, e o valor pago pela outorga é transformado em benefício para a comunidade, com a compra e instalação de biodigestores (sistema para tratar matéria orgânica através de decomposição anaeróbia) em escolas municipais.
— O poder público permite o uso do espaço, que hoje se resume a uma sobra de terreno sem aproveitamento, e o permissionário arca com os custos de manutenção. Em contrapartida, pode desenvolver atividade comercial ou de serviços e tem a oportunidade de associar sua marca a um projeto de melhoria urbana, promoção da qualidade de vida e princípios de sustentabilidade — explica o secretário Germano Bremm.
As regras
O terrário deve ter acesso livre à população e estimular a presença de pessoas no local, com atividades de lazer, esporte ao ar livre, recreação infantil, cuidado com os animais, eventos culturais ou atividades que promovam conexão das pessoas com a natureza. Também é regra para a instalação o uso de práticas sustentáveis na execução da obra, como a utilização de materiais ecológicos, plantio de vegetação nativa, uso racional da água, utilização de formas renováveis de energia e de redução de ilhas de calor, como paredes e telhados verdes.
Para saber mais detalhes sobre o projeto, basta acessar o site dos terrários urbanos, clicando aqui.