Ser gentil saiu de moda. Foi o que pensei quando vi o desabafo da cantora norte-americana Ariana Grande nas redes sociais. Por algum motivo inexplicável, fãs e seguidores (se é que se pode chamar assim) se sentiram no direito de enviar comentários indelicados à artista, motivados pela aparência dela.
— Acho que devemos ser mais gentis — desabafou a cantora, cansada da patrulha nonsense nas redes sociais.
Ela não é a primeira nem será a última vítima da epidemia dos “sem noção” que avança no mundo virtual, turbinada pelo anonimato e por relações cada vez mais mediadas por telas, sem “olho no olho”. Posta-se o que quer, como bem entender e dane-se a pessoa do outro lado.
Para piorar, estamos virando o que o filósofo sul-coreano Byung-Chul Han definiu como “sociedade do cansaço”, atormentada por um esgotamento geral que sabota tudo em volta. Quem vai pensar no bem-estar do outro numa hora dessas?
Bem, para a nossa sorte, ainda há quem pense. Fui pesquisar e descobri que existe até uma data para isso: o Dia Mundial da Gentileza.
É em 13 de novembro e surgiu em 1996, em Tóquio, durante uma conferência promovida pelo World Kindness Movement (algo como Movimento Mundial da Gentileza).
Ainda há um bocado de dias pela frente, mas ninguém precisa esperar até lá para ser cordial. Não se perde nada com isso. Delicadeza não é sinônimo de fraqueza, pelo contrário. É sinônimo de educação, respeito e caráter e faz do mundo um lugar bem menos amargo.