O ministro disse o óbvio. Não existe liberdade de expressão para quem está espalhando pânico e ameaças contra escolas. Flávio Dino está certo. Não há meio-termo para quem incita a violência e usa um princípio básico da Constituição - caro a todos nós - para difundir o ódio, dar palanque a assassinos e expor casos como o que vimos em Blumenau (SC), onde crianças foram mortas e feridas em mais um massacre.
Quem tem filhos, estremece só de pensar na possibilidade de novos ataques. Quem não tem, também. A sensação de insegurança e os sobressaltos constantes reverberam. Não há paz onde se deseja a morte de crianças.
Só no Twitter, autoridades federais identificaram mais de 500 perfis com postagens de teor violento contra instituições de ensino - inclusive disseminando imagens de adolescentes mutilados. As redes sociais transformaram-se em incubadoras de criminosos.
Ao se negar a retirar do ar conteúdos e perfis que infringem a lei, sob a justificativa de que zela pela “liberdade”, a big tech comandada por Elon Musk afronta pais, mães, professores e todos os que se tornaram alvos em potencial.
Beira a infantilidade a forma como o Twitter respondeu a um questionamento do jornal O Estado de S.Paulo sobre o assunto: com um emoji que simula fezes. E se Musk tivesse um filho na creche de Blumenau, qual seria a reação?
Não por menos, a expressão “Twitter apoia massacres” ecoou na plataforma e segue sendo replicada entre usuários. É evidente que ninguém tem o monopólio da verdade e que as redes sociais não são as únicas responsáveis pela violência, mas o combate a conteúdos que estimulam chacinas não pode ser confundido com censura.