Considerada a primeira “end-of-life startup” do Brasil, uma plataforma digital gaúcha chamada "Quando Eu Partir" está atraindo atenções no South Summit Brasil, em Porto Alegre. É isso mesmo o que você está pensando: um negócio criado para cuidar dos últimos desejos e do legado digital das pessoas.
— A ideia surgiu depois que perdi minha mãe, em 2021. Foi muito difícil, em todos os sentidos, inclusive burocráticos. Eu não sabia nem por onde começar. Aí pensei: quando eu morrer, não quero que a minha família passe por isso — conta Camila Leães, que fundou a startup em sociedade com o marido, Alexandre da Silveira, em 2022.
Ao pesquisar sobre o tema, a dupla descobriu o mercado das “death techs” (algo como “tecnologias da morte”). O nicho já é uma realidade em países como os Estados Unidos, mas ainda engatinha no Brasil.
— Percebi que as dificuldades que eu enfrentei não são só minhas. Muita gente passa por isso. Foi o que nos levou a criar a startup. Pensar na ausência é um ato de amor — diz Camila.
O objetivo, segundo Silveira, é garantir um espaço virtual seguro - com tecnologia de dados criptografados - para que o usuário possa deixar registrados desejos e orientações práticas. Vale para tudo: se a pessoa quer ser enterrada ou cremada, qual deve ser o destino do seu pet e dos perfis nas redes sociais, quais são seus e-mails e senhas e por aí vai. O cliente escolhe com quem quer compartilhar os dados e pode atualizá-los a qualquer momento.
A novidade, que tem o apoio da South System, empresa especializada em soluções tecnológicas, ainda está em fase de testes (por enquanto, é restrita a convidados). O lançamento oficial deve ocorrer em maio deste ano, durante o Web Summit Rio, no Rio de Janeiro, quando a startup participará de sua primeira competição internacional.
Para saber mais, basta acessar quandoeupartir.com ou o perfil @quandoeupartir no Instagram.