Uma gaúcha reconhecida pela luta contra o racismo, por uma trajetória profissional brilhante e por figurar entre as executivas mais influentes do país será a nova secretária extraordinária de Inclusão Digital e Apoio às Políticas de Equidade do Estado. Lisiane Lemos está deixando o cargo de gerente de Programas de Recrutamento de Diversidade, Equidade e Inclusão da Google para a América Latina para se somar à equipe do governador reeleito Eduardo Leite.
O nome dela foi escolhido com a ajuda do economista Aod Cunha, escalado por Leite para ajudar na montagem do secretariado - ele já havia colaborado nas escolhas da secretária da Fazenda, Pricilla Santana, e do titular da pasta de Parcerias e Concessões, Pedro Capeluppi. O ex-secretário da Fazenda, que também é amigo pessoal e conselheiro do governador, chegou até Lisiane a partir de pesquisas e indicações.
Há três anos e quatro meses, ela atua na Google, em São Paulo, e, antes disso, já havia tido uma passagem de quase seis anos pela Microsoft. É uma mulher jovem (tem 32 anos), conectada com o que há de novo no mercado (e nas mentes) e parece ter sido talhada para a nova função. Por coincidência, é natural de Pelotas, terra natal de Leite.
— Com a orientação do governador, fiz algumas pesquisas e consultas a pessoas do segmento. Daí por diante foi tudo com ele, que a convenceu a vir — relata Aod.
Lisiane já teve sua história de sucesso retratada em GZH duas vezes, em julho de 2019, pela colunista Marta Sfredo, e em outubro de 2020, em reportagem do Caderno Donna, assinada pela repórter Nathália Carapeços. Ela cresceu estudando como bolsista em escolas particulares, formou-se em Direito na Universidade Federal de Pelotas e fez intercâmbio na África. Em 2013, passou em uma seleção da Microsoft e, em 2019, virou gerente da Google, mas não parou por aí: também se tornou professora, palestrante e mulher engajada em mobilizações pelo combate ao racismo e ao sexismo no mercado de trabalho.
Mas o que levou a escolhida a decidir largar o excelente emprego em uma grande empresa para voltar ao Rio Grande do Sul, ganhando menos e atuando no setor público? Por estar em processo de desligamento da empresa, ela ainda não pode conceder entrevistas, mas, na avaliação de gente do governo, incluindo Aod Cunha, a explicação é uma só: “Propósito”.
Lisiane quer ajudar Leite a melhorar uma área que precisa de atenção e sabe que tem bala na agulha para isso. A cofundadora da ONG Rede de Profissionais Negros tem tudo para fazer história.