A jornalista Raíssa de Avila colabora com a colunista Juliana Bublitz, titular deste espaço
A obra Espaço Preso, da 13ª Bienal do Mercosul, em Porto Alegre, está fazendo um sucesso tremendo. Em uma sala branca, na Casa de Cultura Mário Quintana, 1,3 mil metros de elástico compõem um labirinto, que também é uma experiência sonora: à medida que o visitante atravessa o emaranhado, deixa um “rastro musical”.
A instalação sensorial é da artista mineira Janaina Mello Landini (foto), que criou a primeira versão da obra em 2006 e já expôs a instalação em Belo Horizonte e São Paulo.
— Fiquei surpresa sobre como esse trabalho se manteve atual. Acho muito interessante que cada pessoa traz um pouco de si para dentro da obra, algumas mais ansiosas, outras mais pacientes — comenta Janaina.
O “caos visual” é conectado a 16 canais sonoros que formam uma composição harmônica escrita pelo músico Paulo Santos. O som é ativado pelo movimento de cada corpo dentro da obra, tornando cada passagem um momento único, repleto de metáforas.
— Os elásticos são como as angústias ou outras sensações da vida, e a gente sabe que para tudo tem uma saída. O que vale, no fim das contas, é aproveitar o percurso — analisa a artista.
Obra é sucesso entre o público
Sobre o sucesso da instalação na Bienal - uma das mais concorridas na Casa de Cultura - Janaina diz que a sensação é de dever cumprido:
— É uma obra interativa, e o interesse mostra que ela cumpriu seu papel. O que vejo é que, além disso, as pessoas estão realmente filosofando sobre como é estar no mundo, e isso não tem preço.
Ainda dá tempo
A 13ª Bienal do Mercosul segue em exposição até o dia 20 de novembro. Há obras de cem artistas em mais de 10 espaços culturais de Porto Alegre. De graça.